Great Scott #498: Quem é o fura-greve dos meteorologistas da RTP no dia 31 Março 1981?

Great Scott Mais 03/16/2022
Tovar FC

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Great Scott #498: Quem é o fura-greve dos meteorologistas da RTP no dia 31 Março 1981?

Anthímio de Azevedo

Anthímio de Azevedo é uma figura do alto, conhecida e reconhecida por todos. O seu estilo pausado a falar do tempo em todo o país no dia seguinte é um must televisivo. O homem é açoriano, como o primeiro presidente da República portuguesa e como o primeiro jogador a bater o recorde de golos de Eusébio na selecção. Nascido e criado em Ponta Delgada, forma-se em ciências geofísicas em Lisboa e entra no Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, vulgo INMG.

Pois bem, o INMG é uma instituição pública e, como tal, adere à greve da função pública marcada para o dia 31 Março 1981. Os cinco meteorologistas de serviço à RTP autosuspendem-se e nem se imagina a cara de cada um deles quando vêem o companheiro Anthímio de Azevedo a dar o tempo à hora de sempre, às 2105, a seguir ao Telejornal de meia-hora.

José Marques, Costa Reis, Costa Malheiro, Olavo Rasquinho e Matos Saraiva, eis os cinco mosqueteiros da meteorologia da RTP. Anthimio de Azevedo é o fura-greves. Ele que já apresentara o tempo na RTP entre 1964-1967 e 1971-1977. Pois bem, esse aparecimento súbito é criticado pelos seus colegas.

Todos os cinco se sentem traídos e atingidos na sua dignidade profissional, até porque o boletim não é elaborado pelo departamento de análise e previsão do estado do tempo. Significa isso o quê? Diminuição de qualidade na informação, dizem eles. Que até vão mais longe e pedem esclarecimentos à própria INMG. Caso a instituição não reaja em tempo útil, os cinco demitem-se em bloco e nunca mais apresentar o boletim.

A RTP aproveita a deixa e contrata Anthimio até 1990, ano em que a própria RTP desactiva o serviço do tempo. Anthimio transfere-se então para a TVI, onde dá a cara do tempo de 1992 até 1996. Aos 70 anos de (boa) vida, o senhor reforma-se. Da televisão, queremos dizer. Da tal (boa) vida, só em 2014, como os monstros Eusébio e Di Stéfano.

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