Great Scott #520: Único ano em que os dois campeões de Roland Garros têm 17 anos de idade?

Great Scott Mais 04/15/2022
Tovar FC

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Great Scott #520: Único ano em que os dois campeões de Roland Garros têm 17 anos de idade?

1989

Senhoras e senhores. Primeiro as senhoras, claro. É o primeiro Roland Garros desde 1978 sem Martina Navratilova e Chris Evert. E é o primeiro de sempre com Monica Seles. A favorita é a belíssima Steffi Graf, bicampeã em título. Nos primeiros cinco jogos, todas as rivais apanham 2:0 em sets, a última das quais é a espanhola Conchita Martínez. Na ½ final, Monica Seles dá luta com 6:3, 3:6 e 6:3. Na final, mais uma espanhola.

Arantxa Sánchez Vicario só tem 17 anos e joga como gente grande. Nos dois últimos jogos, a checa Jana Novotná e a norte-americana Mary Joe Fernández são varridas com duplo 6:2. Para a grande final no dia 10 Junho, a expectativa até nem é muita. Graf ganha os dois últimos Roland Garros, é a campeã olímpica em título e não perde uma final do Grand Slam desde 1987. O primeiro set é discutido até ao tie-break com 8:6 para Arantxa. O segundo é de Graf, 6:3. O terceiro também é de Graf, até certo ponto.

Veja bem o cenário, está 4:3 para a alemã e serve a espanhola. Graf ganha-lhe o jogo e serve para o título. Arantxa rouba-lhe o protagonismo, com quatro pontos seguidos. A partir daqui, Graf vai-se abaixo e só faz mais três pontos até ao 7:5 final. Em lágrimas, radiante como nunca, Arantxa celebra o feito. ‘Sou a primeira espanhola a ganhar um Grand Slam, espero que muitas mais sigam o mesmo caminho, e ganhei à número um do mundo. É um dia muito especial.’

Senhoras e senhores. Agora os senhores, óbvio. Mats Wilander é o campeão em título, Ivan Lendl é o número um do mundo. Qual quê, Michael Chang está on fire. Com 17 anos e três meses, o norte-americano elimina o compatriota Sampras por 3:0 e elimina Lendl nos ¼ final. O checo ganha avanço com duplo 6:4, Chang dá-lhe a volta com triplo 6:3. É um dos jogos mais lendlários do Roland Garros.

Cheio de câimbras durante o quinto set inteiro, Chang cai de costas no último ponto de todos, uma dupla falta de Lendl. Os 16 mil espectadores no court principal desatam a aplaudir o jovem norte-americano, a chorar de alegria e a caminhar lentamente até à rede para saudar o ilustre vencido.

Na ½ final, Chang afasta o russo Chesnokov enquanto Edberg toma conta de Becker. A final no dia 11 Junho é a primeira de Grand Slam, tanto de Chang como de Edberg. Começa com 6:1 de Chang. O sueco empata com 6:3 e distancia-se com 6:4. No quarto set, 6:4 de Chang. No quinto, 6:2.

Eis o primeiro norte-americano desde Tony Trabert em 1955 a erguer a taça em Paris. ‘Estou muito contente com a vitória e não quero adormecer à sombra dos louros.’ O discurso do vencido Edberg é ruidosamente aplaudido. ‘Chang teve uma série de jogos difíceis, em que precisou de se esforçar para virar uma desvantagem, e tenho de o admirar por isso.’

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