Great Scott #653: Quem marca o último 1:0 numa final FIFA sem o adversário tocar na bola?

Great Scott Mais 10/26/2022
Tovar FC

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Great Scott #653: Quem marca o último 1:0 numa final FIFA sem o adversário tocar na bola?

Xavi

A final do Mundial-74 junta a nata da nata, porque Cruijff é o melhor do mundo e Beckenbauer o segundo melhor. O magnífico Estádio Olímpico em Munique serve de palco para a consagração desse grande espectáculo. Que começa da maneira mais espantosa de sempre.

A bola sai da Holanda. Há uma troca de passes na defesa, depois no meio-campo e, de repente, Cruijff acelera em direcção à área. Vogts deixa-o solto, sem pedalada, e Uli Höness recorre à falta, já dentro da área. O árbitro inglês Jack Taylor aponta para a marca de grande penalidade aos 46 segundos, sem que um jogador alemão tenha sequer tocado na bola. Na marcação, aos 63 segundos, Neeskens remata para o meio da baliza enquanto Maier se desvia para a sua direita. Está feito o 1:0.

Anos, alguns anos depois, em 2000, vice-se uma situação idêntica na final dos Jogos Olímpicos, a de uma equipa marcar sem que a outra tocasse na bola. Em Sidney, perante 114 mil espectadores, Espanha e Camarões jogam pelo ouro. A Espanha reúne craques do futuro da estirpe Puyol e Xavi. Já os Camarões lançam o jóquer Eto’o – juntos, os três, ganhariam as Ligas dos Campeões 2006 e 2009, ao serviço do Barcelona.

Adiante, a bola sai da Espanha. No meio-campo, José Maria toca para Tamudo. Depois é Puyol, Amaya etc e tal. Aos 32 segundos, Tamudo é carregado sem dó nem piedade por Abanda à entrada da área. É livre, assinalado de pronto pelo mexicano Ramos Rizo. Na marcação, aos 74 segundos, Xavi atira ao poste mais longínquo e engana o estático Kameni. É o 1:0. Até ao intervalo, a Espanha ainda falha um penálti, aos 5’, por Angulo (que tira a bola das mãos de Xavi e permite a defesa de Kameni) e chega ao 2:0 pelo suplente Gabri, já nos descontos.

Na segunda parte, o central Amaya é o vilão da Espanha com um autogolo no 2:1 e uma demora inenarrável em sair para o fora-de-jogo no 2:2 de Eto’o. Vamos para prolongamento. Capdevila, outro suplente lançado por Iñaki, acerta em cheio na trave e, em cima do minuto 120, Eto’o marca um golo mal anulado pelo árbitro. Nos penáltis, Amaya (?como no?) é o único a falhar entre nove candidatos até ao remate vitorioso de Womé.

Pela segunda edição seguida, o campeão olímpico é africano: Nigéria 1996, Camarões 2000. Pelo segundo evento FIFA, a equipa que abre o marcador sem que a outra toque na bola consegue perder a final: Holanda 1974, Espanha 2000.

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