O f5 mais feliz de sempre

Mais Shaken, Not Stirred 03/09/2020
Tovar FC

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O f5 mais feliz de sempre

Apostas. Montes delas. Viciado. Às tantas, ultrapassa o campo do impensável com esgrima. É o meu ponto baixo, em termos desportivos. E o mais forte: o dinheiro ganho numa manhã dá para almoçar e jantar fora durante uma semana. O meu início das apostas é pela William Hill, puxado por alguém do Record, já nem me lembro quem. Sei, e muito bem, a primeira aposta: vitória do Halmstad em casa vs Hammaby. Porquê? Nem ideia. Deve ser o único jogo de futebol do dia, em finais de Junho 2003. Cinco euros pró galheiro. Paciência, vou insistir. Seguem-se mais umas apostas de custo reduzido, Brasileirão e tal. Ganho umas coroas aqui e ali. Cêntimos, diga-se. Nada de muito expressivo. Quero passar a um plano mais grandioso/louco e resolvo apostar quase o salário mensal do Record num resultado. Na altura, ganho 1200 euros. Aposto 900. Sei de cor e salteado a minha estreia. Com ajuda do google, claro: terça-feira, 12 Agosto 2003. Há um Vaduz-Dínamo Kiev para a Taça UEFA. Vaduz, do Liechtenstein? Bah. Dínamo Kiev, do Belanov, Rats, Demianenko, Lobanovski e tal? Não, but who cares. É o Dìnamo Kiev, catano. E no Liechtenstein. Vai dar 2, na boa. Tau, toma lá 900 euros ò William Hill. Sem medos. A odd é 1,60. É fazer as contas. Aos minutos de jogo. 10, 20, 30, intervalo. Nada de golos, 0-0. Faço repetidos f5 no site macarrónico da UEFA e nem um golo do Dínamo. A saga continua na segunda parte: 50, 60, 70, 80, 90. O 90 está minutos a fio cravado no ecrã. Já todos os jogos têm FT de full time e o do Vaduz-Dínamo Kiev ainda pisca-pisca. F5 f5 f5 f5. A tecla até já se mexe sozinha. De repente, FT. Olho para o lado, Vaduz zero Dínamo Kiev um. Bem, o calor é tanto que só não entro em combustão por meio fósforo ou assim. Nem me controlo. Levanto-me, sento-me. Faço outro f5 para confirmar. Zero-um. Levanto-me, vou lavar a cara, sento-me. Aliviado. Até respiro melhor. Obrigado ò Rykun, autor do golo aos 88 minutos. Nunca mais aposto 900 euros. Nunca mais? (to be continued)

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