2002, Portugal 1:1 Brasil
É um dia triste para o jornalismo. O meu trabalho desse dia é fácil, digo eu. Tenho de apanhar o mais número de jogadores à saída da 10-A, na ressaca do jogo. Significa isso uma ida descontraída para o estádio e acompanhar o dérbi mê’irmão na boa. Quando o árbitro apitar para o fim, desço as escadas, saio do estádio e apresento-me à porta.
Apanho Roberto Carlos, que fala pelos cotovelos e elogia imenso o goleiro Ricardo. Apanho Rivaldo. Apanho Ronaldinho. Apanho Ronaldo. Apanho Cafu. Apanho Marcos. Está 6:0 para o Brasil. É capote, não? Caaaaalma, ainda faltam os jogadores portugueses.
Errrrrr, talvez não. Uns saem pela porta do cavalo, outros passam pelos jornalistas com medo de apanhar uma doença infecto-contagiosa. Bem-vindo ao mundo hermético da nossa selecção. Três meses depois desse auspicioso 1:1 no José Alvalade, com golos de Sérgio Conceição e Ronaldinho (penálti), Portugal é eliminado na fase de grupos por Coreia e EUA, enquanto o Brasil de Scolari é penta, só com vitórias (sete em sete).