Amancio. ‘Nem festejei o golo, estava sem bateria’
Melhor marcador da 2ª divisão em 1962 (Deportivo) mais da 1ª em 1969 e 1970 (Real Madrid), Amancio acumula ainda tempo para conquistar um nome na história do futebol espanhol como autor do decisivo 2:1 sobre a Hungria nas 1/2 finais do Euro-64.
Lembra-se desse golo à Hungria?
Era avançado e por sorte calhou-me marcar muitos golos ao longo de uma carreira bem-sucedida. Lembro-me de um na final da Taça dos Campeões-1966, o do empate no Real Madrid-Partizan Belgrado. Ganhámos essa final por 2:1 e regressámos aos títulos europeus seis anos depois. Era o Real Madrid dos ye-ye. Dois anos antes, em 1964, calhou-me a sorte de eliminar a Hungria, ainda por cima na minha casa, o Santiago Bernabéu, e ainda por cima no prolongamento.
A que minuto?
Nem me perguntes, 115. Estava todo partido. Nem festejei o golo, sabes? Estava sem bateria. Limitei-me a ir para o meio-campo enquanto levava com encontrões de companheiros e ouvia os gritos histéricos dos adeptos. Desse som lembro-me bem.
Dizem que afinal o passe para o 2-1 de Marcelino na final à URSS foi de Pereda e não seu.
Que eu saiba, nos últimos 48 anos, foi sempre um passe do Pereda. O que deu na televisão já não sei, mas as pessoas confundiram muito as coisas. Partiram do pressuposto que foi uma montagem porque eu era do Real Madrid e o Pereda do Barcelona. Enfim.
in jornal i, Jun 2012