Domergue. ‘Os dois golos têm ainda mais mérito por ser ao Bento’
No primeiro jogo da França no Euro-84, o seleccionador Michel Hidalgo substitui o lateral-esquerdo Le Roux por Domergue aos 60 minutos. A partir daí, é ele o dono do lugar. Bélgica, Jugoslávia e Portugal. Nas meias-finais, o jogador menos conhecido dos franceses empata com Jordão no número de golos (dois) antes de Platini sentenciar a eliminatória no último minuto.
França-Portugal…
Nem digas mais nada. Que jogo. Não o digo por ter marcado dois golos mas por tudo o resto. Aquele fim de tarde com o sol a bater nas bancadas, o Velódrome cheio, a passagem para a noite, os holofotes ligados, o prolongamento, o golo no último minuto, a qualificação para a final.
Mas antes disso já o Domergue marcara dois golos ao Bento.
Se me dissessem isso antes do jogo, ria-me. E dois golos ao Bento têm mais mérito. Que guarda-redes, e autor de uma das melhores exibições que presenciei. No final do jogo, o Platini até foi dar-lhe os parabéns.
Platini, pois é. Como era ele?
Era, não. É. Continua o mesmo. Com um mau perder incrível.
Então?
Há poucos anos, já todos reformados, estávamos a jogar golfe no norte de França e incomodei-o no momento da tacada ao posar o saco com estrondo no chão. A sua tacada saiu torta e foi dar uma volta para expulsar a irritação.
in jornal i, Jun 2012