Great Scott #488: Quem marca mais pontos numa final europeia de basquetebol?
Petrovic
Final da Taça das Taças 1989, entre Real Madrid (Espanha) e Snaidero Juventus (Itália). Já adversários na fase de grupos, com duas vitórias dos espanhóis, o reencontro dá-se em Atenas a 14 Março, no Palácio Paz e Amizade com lotação esgotada (12 mil lugares). À terceira é de vez ou não há duas sem três? Decide Petrovic, Drazen Petrovic.
O sérvio joga um basquetebol à parte e consegue números estratosféricos com um total de 62 pontos, 51 no tempo regulamentar e 11 no prolongamento. Contas feitas, acerta 12 em 14 de lançamentos de dois, oito em 16 de triplos e 14 em 15 de lances livres. Paradoxalmente, e já com 102:102 no marcador, Petrovic perde uma bola ofensiva a oito segundos do fim e possibilita um último ataque ao Snaidero, obra de Nando Gentile. O italiano galga terreno e esbarra contra o corpo de Chechu Biriukov. Toca a buzina, é o fim do jogo. Vamos para prolongamento, Petrovic respira de alívio e está a salvo de tudo – menos do olhar crítico de Fernando Martín, a outra referência do mundo madridista e quase sempre de costas voltadas ao croata pelo seu basquetebol demasiado individualista.
Calma, antes do prolongamento, vamos falar do jogo em si. Que começa lindamente para Johnny Rogers (6 em 6 dos lançamentos de dois) e Biriukov (3 em 3 nos triplos). No outro lado, o brasileiro Oscar Schmidt e o tal italiano Gentile também fazem bonito. Daí o incrível 26:17 para o Real Madrid aos seis minutos. Ao intervalo, o 60:57 reforça a ideia de basquetebol total com Petrovic e Schmidt num ritmo avassalador. Bola cá bola lá e o marcador regista 102:99 a 18 segundos do fim com mais dois pontos de Petrovic. É então que Schmidt saca um triplo a mais de sete metros do cesto e empata – atenção, o Snaidero só está uma única vez à frente, por 34:33, no minuto 10. Com a bola na mão, o Real Madrid perde-a num lance individualista de Petrovic. Vale-lhe Biriukov a estragar a acção de Gentile.
Agora sim, vamos para prolongamento. Quiçá assustado pela parte final do Snaidero, o Real Madrid joga um basquetebol mais colectivo e adianta-se com relativa facilidade. A figura é, mais uma vez, Petrovic. Dos 15 pontos no tempo extra, 11 pertencem-lhe. Os outros quatro são de Fernando Martín. Nem os triplos de Gentile impedem a consagração madridista. Quando acaba o espectáculo, contabilizam-se um total de 230 pontos, 106 dos quais entre Petrovic (62) e Schmidt (44). Que noite, chi-ça.