Great Scott #517: Quantos jogos faz a famosa ‘Quinta de El Buitre’?

Great Scott Mais 04/12/2022
Tovar FC

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Great Scott #517: Quantos jogos faz a famosa ‘Quinta de El Buitre’?

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El Pais, edição de segunda-feira, 14 Novembro 1983. Na página 7 da secção de desporto, um artigo de cinco colunas sobre a equipa B do Real Madrid com um título sugestivo: ‘Amancio y la quinta de El Buitre’. No antetítulo, ‘Castilla Club de Fútbol, esplendor en la hierba’. O jornalista visionário é Julio César Inglesias.

Pontos nos i: Amancio é o treinador do Castilla, a quinta é o quinteto formado por Butragueño (El Buitre), Pardeza, Míchel, Martín Vázques e Sanchís.

Muy bien, adiante. Julio César Sánchez escreve com propriedade, amor à camisola (do jornalismo). O homem já segue a equipa B há anos e está embasbacado com a qualidade superior desde a final de um Troféu Bernabéu vs AZ Alkmaar em 1981. Como a equipa principal tarda em apresentar resultados e resulta mais burocrática que nunca, ao ponto de ouvir assobios no próprio Bernabéu, os adeptos puxam mais pelo Castilla. Culpa de Julio César Sánchez e, insistimos, de Butragueño, Pardeza, Míchel, Martín Vázquez e Sanchís.

Madrid, 15 Novembro 1983. Passa só um dia da reportagem sobre a Quinta e o bom do Julio César Sánchez é chamado ao gabinete de Alfredo di Stéfano, treinador da equipa principal do Real Madrid. No cara a cara, a pergunta em tom de desafio: ?y qué hago si pongo a estos tipos y la cagan?’ Julio César Sánchez responde ao primeiro toque. ‘Podrá alegar que há ensayado el fútbol del siglo XXI’

Menos de um mês depois, a 4 Dezembro, em Murcia, para a liga, Di Stéfano promove Sanchís e Martín Vázquez à primeira equipa. No último dia desse ano, é a vez de Pardeza, em casa, vs Espanyol. Em Fevereiro, calha o brinde a Butragueño, em Cádiz. E, finalmente, o quinto elemento é Míchel, já na época seguinte, em Setembro 1984. Todos eles formam a Quinta de El Buitre, depois conhecida mundialmente como Quinta del Buitre.

Juntos, só ganham um título, o de campeão espanhol em 1986-87. E, juntos, só fazem um jogo a titular, a 3 Junho 1987 para a 1.ª mão da ½ final da Taça do Rei. A equipa de Leo Beenhakker é Buyo, Chendo, Sanchís, Gallego e Solana; Martín Vázquez; Míchel, Pardeza e Gordillo; Butragueño e Hugo Sánchez. Acaba 3:2, com Pardeza envolvido no 1:0 de Hugo Sánchez e Sanchís a desmarcar Butragueño e Hugo Sánchez para os 2:0 e 3:0.

Dos cinco, Sanchís é o rei em anos de casa (18) e jogos (710). Butragueño é o goleador de serviço (217), Pardeza o menos utilizado (34). Curiosamente, Pardeza é o jogador mais em forma no tal artigo de Julio César Sánchez. Anos mais tarde, o jornalista insiste na ideia. ‘Pardeza só tinha 16 anos mas já era dono de um físico imponente e dominava a bola como poucos. Se aparecessem três ou quatro adversários, ele ludibriava-os como se fosse o Messi’. Sem espaço no Real Madrid, o robusto médio é o único a triunfar fora da sua zona de conforto com duas Taças do Rei e uma Taça das Taças ao serviço do Saragoça.

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