Great Scott #596: Quem marca o golo da vitória de Portugal na final do Torneio Militar em 1958?
Hernâni
É a primeira grande conquista portuguesa, a três anos do Europeu de juniores. Estamos em 1958, dia 26 Novembro, uma quarta-feira, e joga-se o torneio militar. Hein? O torneio militar é uma competição mundial organizada anualmente pela NATO desde 1946 para jogadores a cumprir serviço militar. Ou quase. Dizemos quase porque Hernâni faz a tropa em 1952-53, razão pela qual interrompe a carreira no FC Porto para jogar no Estoril, e é mantido na reserva pelo Estado Novo precisamente para o torneio militar.
Pois bem, Hernâni é o mais experiente dos portugueses e, claro, o capitão numa equipa formada pelo seleccionador Ribeiro dos Reis (co-fundador do jornal A Bola) e treinador Otto Glória (então treinador do Benfica e futuro herói nacional por ocasião do Mundial-66).
Por falar nisso, o onze contempla dois magriços: Vicente e Coluna. É do benfiquista, então um interior-direito de gabarito, a autoria do 1:0 num remate de fora da área, com Alberto a embrulhar-se com a bola e a deixá-la escapar por entre as pernas.
A França, na condição de campeã em título, reage imediatamente e obriga Vital a intervenções meritórias. Do aviso ao golo é um passo, obra de Goujon, de cabeça, após centro de Guillaz a aproveitar uma falta de comunicação entre Vital e Arcanjo. A partir daí, a França começa a jogar duro, muito duro, e o árbitro espanhol nada faz para atenuar a indisciplina.
A quatro minutos do fim, penálti por falta sobre Rocha. Chamado a bater, Hernâni remata rasteiro e certeiro. Está feito o golo da vitória, amplamente festejado no Estádio José Alvalade, com milhares de militares a invadirem o relvado para a festa.
O onze português inclui Vital (Lusitano Évora), Moreira (Belenenses), Barbosa (FC Porto), Fernando Mendes (Sporting), Arcanjo (FC Porto), Vicente (Belenenses), Hernâni (FC Porto) (cap), Coluna (Benfica), Rocha (Académica), Casaca (Vitória FC) e Mendes (Benfica)