Great Scott #663: Quem aterra em Portugal no mesmo dia de Paulo Nunes?
Deco
É a grande promessa do Benfica no Verão de 1997. Com o sucesso de Jardel no FC Porto na época 1996-97, o presidente Manuel Damásio aceita a ideia de contratar o parceiro de Jardel no famoso Grémio campeão da Libertadores 1995 e eis Paulo Nunes.
O homem desembarca no Aeroporto da Portela e é recebido por um número generoso de jornalistas. O discurso é o de sempre, de braço dado com os adjectivos felicidade e campeão. A verdade é que o arranque de Paulo Nunes é do best: dois golos vs. Campomaiorense, na Luz (4:0), para a jornada de abertura da 1.ª divisão. Depois cai o carmo e a trindade, com sete jogos e zero golos. Sai de fininho, sem se notar por aí além.
Sem se notar por aí além? Por falar nisso, quem aparece no Aeroporto da Portela no mesmo dia de Paulo Nunes, quem é quem é? Pois é, chama-se Anderson Luís de Souza. O rapaz ainda só tem 19 anos e mais se parece o homem invisível. Nem uma notícia. Zero, bola.
Anderson, quem? Deco, vá. O rapaz é o número 8 do Corinthians na Copa São Paulo 1997 e chega à final, vs. Lousano Paulista, de Jundiaí. Aliás, Deco marca um dos golos nos 5:0 vs. Santo André para os ¼ final.
Na decisão, jogada num relvado todo empapado, Deco é o autor do cruzamento para o 1:0 de Washington aos 91 minutos. Na segunda parte do prolongamento, e já sem Deco em campo, culpa de uma expulsão, o Lousano empata por Neno. Nos penáltis, Ranieri garante a vitória surpresa do Lousano. Nas bancadas, o olheiro benfiquista Toni retém Deco e ainda Caju. Os dois são contratados pelo Benfica e chegam a Portugal no tal dia de Paulo Nunes.
Os dois nunca jogam no Benfica, transferem-se para o Alverca e, depois, assinam pelo FC Porto. A estrela de Caju é pálida, a de Deco é brilhante. Ganha duas Ligas dos Campeões (FC Porto 2004, Barcelona 2006) e vira internacional português com indiscutível mérito.