Great Scott #696: Quem inicia a moda dos festejos na Cibeles?

Great Scott Mais 12/22/2022
Tovar FC

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Great Scott #696: Quem inicia a moda dos festejos na Cibeles?

Butragueño

Verão 1986, México. Preste atenção, muita atenção, o recorde dos quatro golos de Eusébio no Mundial vai cair. A Espanha perde o primeiro jogo na fase de grupos, vs. Brasil, à conta de um golo de Sócrates. A reacção é imediata, com 2:1 vs. Irlanda do Norte. Aos 63 segundos, Butragueño aproveita uma abertura de Michel para enganar o quarentão Pat Jennings. Mais à frente, Julio Salinas amplia a marca e acaba 2:1. No fecho das contas, 3:0 vs. Argélia com bis de Calderé, pouco depois apanhado nas malhas do doping e expulso do torneio.

O acasalamento nos oitavos-de-final é vs. Dinamarca, a selecção do futebol total desse Mundial muito por culpa do vistoso 6:1 vs. Uruguai e do tranquilo 2:0 vs. RFA. A Dinamáquina, como lhe chamam, marca primeiro. Obra de Jesper Olsen, de penálti a castigar falta de Gallego sobre Lerby. Perto do intervalo, Butragueño justifica a alcunha de abutre e assina o 1:1 no aproveitamento de um erro defensivo de Jesper Olsen (sempre ele).

Na segunda parte, o seleccionador Miguel Muñoz saca Salinas e mete Eloy. O pequeno jogador entra a todo o gás e ajuda a rebentar a dinamáquina. Butragueño dá a volta ao marcador, de cabeça, e é castigado por Bertelsen para o 3:1 de Goicoechea, de penálti. O 4:1 é de Butragueño, à boca da baliza, assistido por Eloy, e o definitivo 5:1 também é do jovem avançado de 22 anos do Real Madrid, num outro penálti a castigar falta sobre si, agora por falta do capitão Morten Olsen.

Feitas as contas, Butragueño marca quatro golos e ainda fabrica os dois penáltis. É alcunhado de cobói da meia-noite, pela hora da transmissão televisiva do jogo em Espanha. Em Madrid, a noite acabara de começar e a euforia já se apoderar das gentes. Com a emoção mais o calor, há quem se aventure a mergulhar na Cibeles. No quadradinho seguinte, a fonte é inundada por centenas de adeptos a gritar Y viva España. Começa aí o ritual dos festejos na Cibeles, um costume do Real Madrid – a fonte do Atlético é a Neptuno.

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