Great Scott #786: Único guarda-redes a ver cartões amarelos em duas finais seguidas da Liga dos Campeões?
Cañizares
Titular da Espanha campeã europeia sub16 em 1986 e suplente da Espanha campeã olímpica em 1992, Cañizares é um produto da formação do Real Madrid. É bom de bola, é bom de reflexos, é bom de posicionamento. É bom de tudo. Quem o diz é Peter Schmeichel, por exemplo.
Só que Cañizares não chega a dar nas vistas no Real Madrid, porque é abalroado pelo alemão Illgner na época da conquista da Liga dos Campeões 1998. Sem lugar, e também tapado pelo outro fenómeno da cantera chamado Casillas, o bom do Santiago avança para o Valencia e faz clique à carreira com um total de sete títulos.
Um dos títulos é internacional, Taça UEFA 2004. Antes, tanto Cañizares como o Valencia apresentam-se à Europa pela porta grande. Isso mesmo, a Liga dos Campeões. O Valencia chega a duas finais seguidas e perde-as, uma para o Real Madrid (3:0 em Paris), outra para o Bayern (penáltis em Milão).
Em ambas, Cañizares comete a proeza de ver cartões amarelos, algo nada habitual para um guarda-redes, ainda por cima em eventos tão importantes e em anos seguidos. O amarelo em 2000 é por protestos, o homem defende uma bola difícil de Raúl e quer despachar serviço lá para a frente. Morientes intromete-se com o pé direito e inviabiliza a reposição de bola. O árbitro apita falta, Cañizares continua a protestar. Acto contínuo, vê amarelo.
Um ano depois, Cañizares reentra para o livro de honra do árbitro, agora com um amarelo em pleno desempate de penáltis. A primeira série vai no adro, com quatro remates no total e dois golos para cada lado. A ordem é Paulo Sérgio, Mendieta, Salihamidzic e Carew. Ao quinto remate, Cañizares faz um teatro de pseudo intimidação na cara de Zickler e o árbitro ‘toma lá disto’.