Great Scott #808: Último benfiquista a falhar um penálti na final da Taça de Portugal?

Great Scott Mais 06/12/2023
Tovar FC

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Great Scott #808: Último benfiquista a falhar um penálti na final da Taça de Portugal?

William

A Taça de Portugal 1992-93 esconde muitos segredos. Um deles é sensacional, única final perdida pelo Boavista em cinco ocasiões.

Antes, nos oitavos, o sorteio junta FC Porto e Benfica. Nas Antas, 0:0 ao intervalo e tantas oportunidades do FC Porto. Na segunda parte, aos 76’, Mozer derruba Kostadinov e vê o segundo cartão amarelo, consequente vermelho. No seguimento da falta, Timofte afina o pé esquerdo e engana Neno. É a euforia.

Toni mete Mostovoi em campo e é o russo quem empata aos 88’, também de livre directo, este a castigar derrube de Aloísio sobre Isaías. Com o pé direito, Mostovoi atira a bola por cima da barreira e Baía chega tarde.

Vamos para prolongamento, o FC Porto continua a carregar muito e até acerta uma bola no poste, por Rui Filipe. Acaba 1:1 e o desempate é na Luz, daí a 10 dias. Calha a 27 Janeiro e o Benfica apresenta o reforço Futre a uma massa associativa possessa.

O Benfica faz jus ao factor casa e ataca mais, muito mais do que nas Antas. Os golos, esses, só aparecem na segunda parte. O primeiro é divinal, obra e graça de Isaías. O brasileiro, número 8, recebe a bola, pisa a área, dá um nó cego a Couto com o pé direito e atira com o esquerdo, sem hipótese para Baía.

Pormenor, é o sexto remate de Isaías no clássico. Outro pormenor, Isaías é, depois, vítima de uma cabeçada de Aloísio e o FC Porto vê-se reduzido a dez elementos, porque Carlos Valente assiste a tudo e mostra-lhe o vermelho directo. Em dupla vantagem, o Benfica cava ainda mais a diferença no marcador, agora por Iuran, de penálti, a castigar cotovelada de Jorge Costa sobre Isaías – ups, mais um pormenor.

Adiante, o FC Porto está fora e ainda sobram oito equipas, cinco da 1.ª, duas da 2.ª (Amora, Estrela) e uma da 3.ª (Alverca). Mais à frente, só quatro equipas da 1.ª. As ½ finais jogam-se em dias diferentes, até distanciados um do outro.

No dia 14 Abril, o Sporting recebe o Boavista de Manuel José. A expectativa é grande, até porque o Sporting não chega ao Jamor desde 1987. E também não é agora, porque Marlon Brandão desata o nó em pleno prolongamento. Na conferência de imprensa, Bobby Robson passa-se dos carretos a falar de Bobó. ‘Faz faltas e mais faltas, nunca vê um cartão.’

No dia 6 Maio, o Benfica visita Guimarães e sofre a bom sofrer. Ziad abre o marcador aos 2 minutos, na cara de Neno. A reacção só encontra expressão no marcador já muito perto do fim, por suplentes. Primeiro é Isaías (número 13) num desvio com a ponta da bota a um livre da esquerda batido por Schwarz, depois é Rui Águas (n.º 16) num remate à queima-roupa após um alívio para trás de Basílio, outro suplente, este do Vitória.

Portanto, Benfica vs. Boavista no Jamor a 10 Junho 1993. Ainda na era pré Bosman, a equipa de Toni inclui os estrangeiros William, Mozer e Schwarz, o capitão é Veloso e o 10 é Futre. Já o onze de Manuel José apresenta os estrangeiros Lemajic, Marlon Brandão e Artur, o capitão é Casaca, o 10 é Tavares. No apito, Veiga Trigo. Que final, senhoras e senhores, um fartote de golos, ocasiões perdidas e jogadas mirabolantes.

Ao intervalo, 2:1 com golos de Paneira, JVP e Marlon. Na segunda parte, Futre abre o livro e afunda o Boavista. Como autor do 3:1 e do 4:2 (pelo meio, o outro 10 reduz), sem esquecer o penálti cometido por Lemajic sobre ele. Na marcação, o central brasileiro William atira para a sua esquerda. Lemajic mergulha para a sua direita. A bola é rechaçada para canto. Perto do fim, e na sequência da expulsão de Garrido por duplo amarelo (falta sobre Futre, lá está), Rui Águas fixa o 5:2 na ressaca de uma bola defendida para a frente por Lemajic. O número 9 é mais rápido que JVP e desata a festa no Jamor.

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