Great Scott #870: Único treinador campeão brasileiro com saldo negativo de golos?

Great Scott Mais 09/26/2023
Tovar FC

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Great Scott #870: Único treinador campeão brasileiro com saldo negativo de golos?

Énio Andrade

Nunca visto, jamais repetido. É impossível que se repita. O inédito título de campeão brasileiro do Coritiba em 1985 é um raro exercício de compreensão xxl. O treinador é Énio Andrade, já campeão brasileiro por duas equipas gaúchas em 1979 (Internacional, sem derrotas) e 1981 (Grémio, em pleno Morumbi). O terceiro título de campeão é por uma equipa paranaense, até então uma novidade.

O Coritiba começa forte, com duas vitórias. Depois é sempre a descer e só voltar a ganhar à 9.ª jornada. Acaba a primeira série do campeonato em antepenúltimo lugar, com três vitórias em dez jornadas. Na segunda série, o Coritiba sobe de rendimento e acaba como líder isolado do grupo A, à frente dos favoritos Fluminense, Atlético Mineiro, Corinthians e Palmeiras. No jogo do tudo ou nada, 2:1 em casa vs. Santos com golos de Lela (pai de Alecsandro e Rycharlison) e Vavá.

Esse título, digamos assim, garante-lhe a presença na terceira fase do Brasileirão, agora num grupo de quatro equipas, juntamente com Sport, Joinville e Corinthians. O factor Lela volta a dar sinais de si, como autor dos golos decisivos vs. Corinthians e Joinville. Na última jornada, basta-lhe um empate em casa vs. Sport para garantir a ½ final. Meu dito feito, 0:0.

Avancemos para a eliminatória a duas mãos vs. Atlético Mineiro. Um golo de Heraldo garante o 1:0 em Cutiriba. Na segunda mão, em Belo Horizonte, o guarda-redes Rafael vira herói pela enésima vez com defesas atrás de defesas. A final é um hino ao improviso, vs. Bangu. Excepcionalmente, a confederação brasileira dita jogo único no Maracanã em vez de ida e volta.

No Maracanã, coração do Rio, manda o Bangu. Os adeptos cariocas de Flamengo, Botafogo, Fluminense e Vasco compram a esmagadora maioria dos bilhetes para puxar pelo representante do seu Estado e enchem o estádio. Zero intimidado, o Coritiba. Aos 25 minutos, 1:0 de Índio, de livre directo. Sem marcar há 19 jogos, o goleador do Coritiba aparece na hora agá. O Bangu reage e empata aos 35’, por Lulinha.

Mais nada em matéria de golos até ao final dos 90 minutos. E até dos 120. É preciso ir aos penáltis. E aí, senhoras e senhores, a eficácia é total. Dez remates, dez golos. Vamos à segunda série. Ado falha para o Bangu e oferece a possibilidade do título ao Coritiba. Avança o central Gomes e é golo.

O Coritiba é campeão brasileiro e nunca mais ganha um título nacional que seja. A sua carreira é exemplar (not): 12 vitórias, sete empates e 10 derrotas em 29 jogos. Nos golos, um défice de 25:27. Nunca visto, jamais repetido.

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