Great Scott #477: Único adepto a agredir um árbitro a meio da final da Taça de Portugal?

Great Scott Mais 02/15/2022
Tovar FC

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Great Scott #477: Único adepto a agredir um árbitro a meio da final da Taça de Portugal?

Joaquim Alves

Mil-nove-e-setenta-e-sete. O Braga de Mário Lino chega à final da Taça sem apanhar uma única equipa da 1.ª divisão entre Campomaiorense (5:0), União Santarém (2:1), Olhanense (5:0), Almada (2:0), Famalicão (1:0) e Gil Vicente (0:0 + 4:1 no jogo de repetição).

Já o FC Porto de José Maria Pedroto só actua fora das Antas nos 64 avos (3:0 em Viseu). De resto, é um ver-se-te-avias entre Alba (8:0), Montijo (7:1), Aliados do Lordelo (9-0), Sporting (3:0), Fafe (3:0) e SC Braga (1:0).

Braga nas Antas? Isso mesmo. A final é nas Antas, entre a 28.ª e 29.ª jornadas do campeonato, a um 18 de Maio (curiosamente o dia de outra final entre os dois, a da Liga Europa-2011). É uma quarta-feira à noite. A hora está estabelecida há muito (21h30), o local ainda não.

À falta de clubes da zona centro, Porto e Braga puxam a final para o Norte. Nas conversações com a FPF, só há duas hipóteses: ou Antas ou Municipal de Coimbra (os únicos estádios com iluminação artificial). A decisão está prevista para uma sexta-feira, 13.

Há quem esteja de olho em Praga, num perfeito 10 da romena Nadia Comaneci nos Europeus de Ginástica, e há quem esteja mais atento aos acontecimentos na Praça da Alegria, onde os dirigentes do Braga chegam a acordo com os do FC Porto para uma final nas Antas. Para espanto (e discórdia) dos adeptos bracarenses.

A confusão é imensa lá para os lados de Braga. E até motiva um comunicado da direcção do Braga no jornal ‘Correio do Minho’. Nada feito. Os adeptos estão de candeias às avessas e alguns (muitos) deles nem viajam até às Antas. O estádio apresenta então uma moldura humana aquém da expectativa.

Tal como o próprio jogo, decidido por Fernando Gomes aos 51 minutos. O solitário golo começa numa falta de Rodolfo sobre Manaca, contra-ataque de Duda, corte defeituoso de Ronaldo, cruzamento do mesmo Duda e remate vitorioso de Gomes.

A bola vai ao meio e toma lá disto. Um adepto bracarense chamado Joaquim Alves, de 27 anos, finta 200 polícias, 250 porteiros, 20 elementos do exército e cinco cães-polícia para desferir um valente soco na cara do árbitro Porém Luís. Durante cinco minutos, a bola não anda. Está parada, paradinha.

No balneário do Braga, só então é que o tal Manaca recupera os sentidos, já depois de substituído por Fernando. Reiniciado o encontro, o capitão Oliveira atira uma bola ao poste, aos 62’, no único lance digno de registo até final. O FC Porto levanta a quarta Taça da sua história, entregue pelo Primeiro-Ministro Mário Soares, e inicia um período dourado, prosseguido com o bicampeonato em 1978 e 1979.

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