Great Scott #1093: Único árbitro português a apitar o dérbi do Irão entre Persepolis e Esteghlal?

Paulo Costa

Paulo Costa é um árbitro com garantias dadas, à base de 207 jogos na 1.ª divisão e uma série de experiências internacionais, tanto UEFA como FIFA.

Na ribalta nacional desde Outubro 1993, Paulo Costa é chamado a apitar o dérbi de Teerão entre Persepolis e Esteghlal em Maio 2002, na primeira edição da Superliga do Irão. Acaba 0:0. Um ano e meio depois, em Outubro 2003, Paulo Costa repete a viagem.

Quando chega a Terrão, já noite alta, uma equipa da televisão estatal aguarda-o e entrevista-o ainda no aeroporto. Acompanhado pelos fiscais-de-linha Bertino Miranda e João Santos, o trio desloca-se no dia seguinte para o Estádio Azadi, onde 110 mil pessoas apoiam ruidosamente as duas equipas mais famosas do país.

A entrada em campo faz-se ao lado de José Manuel Arsénio, embaixador português do Irão, e dois representantes da federação iraniana. O jogo propriamente dito é tranquilo, só um caso de mão na bola e já está. O resultado é 2:1 para o Esteghlal e nunca mais um português é convocado para apitar. Atenção, não há aqui causa, efeito. É tão-só uma constatação.

Se formos à procura da razão pela escolha de árbitros estrangeiros, temos de recuar até 20 Janeiro 1995, dia em que o Esteghlal recupera de uma desvantagem de dois golos e empata 2:2 graças a um penálti. Os adeptos do Persepolis atiram-se ao árbitro, aos adeptos e até aos jogadores adversários.

A federação toma a decisão de entregar o apito a alguém de fora e sucedem-se nomeações, entre italianos (Rosetti), alemães (Brych), russos (Ivanov), espanhóis (Iturralde González), eslovacos (Hrinak) e turcos (Çulcu). Há mais de 20 dérbis apitados por estrangeiros e só Paulo Costa é repetente.