Mini entrevista, mini mini mesmo
Kahn, Oliver Kahn. É um homem? É um guarda-redes? É…? Não, Kahn é diferente de todos nós. Basta ver uma ou duas acções da sua carreira para se perceber a ausência daquele je-ne-sais-quoi. Por exemplo, em 2003: acaba o particular Espanha-Alemanha (3-1 em Palma de Maiorca) e o bom do Casillas vai ao encontro de Kahn para um bacalhau mais a diplomática troca de camisolas. Diplo-quê? Essa é boa, nem pensar. Kahn arrepia caminho para o balneário e deixa Iker de mãos a abanar – verdade seja dita, envia-lhe a camisola uma semana depois por correio. Outra dele, ainda dos seus tempos no Karlsruhe: há uma acção de beneficiência com a Unicef e dez crianças batem um penálti cada com Kahn na baliza. Cada golo significa uma determinada quantia numa conta xpto a favor dos desfavorecidos. Devem ter explicado muito mal a coisa a Kahn ou então nem por isso – a verdade é que ele defende os 10 penáltis. Chega? Há mais, atenção. Só mais uma história? Por conta do temperamento explosivo, a sua alcunha é King Kahn, um trocadilho com King Kong. Vai daí, os adeptos adversários lançam-lhe bananas durante os jogos do Bayern. Bom, já chega. Pobre Kahn. Larguem-no, pá. Lanço-me ao desafio de lhe ligar em 2010, a propósito da eliminatória europeia entre Bayern e United. É uma mini mini mini mini entrevista. Mini mesmo.
Boa tarde, falo de Portugal.
E como é que conseguiu este número de telefone, quem lho deu?
Um jornalista alemão.
E quem é ele?
…
Bem, não interessa, descubro mais tarde. O que é que quer?
Uma entrevista. É possível?
Não.
Então que sejam só umas perguntas.
Vá, okay. Uma pergunta. E rápido.
Vou directo ao assunto. A propósito deste Bayern-United, do que é que se lembra da final da Liga dos Campeões 1999?
Por favor, nem me lembre isso. Adeus e abraço ao Figo.
[pormenor: Kahn e Figo despedem-de das respectivas selecções no mesmo jogo, o de atribuição para o 3.º lugar do Mundial-2006, com 3-1 para a Alemanha; além disso, jogam 11 vezes entre si nas competições europeias]