Great Scott #1: Primeiro português a sagrar-se melhor marcador de um campeonato no estrangeiro?
Cadete, Celtic 1996-97
Extremo, avançado-centro, capitão, goleador. Cadete faz-se melhor marcador da 1.ª divisão portuguesa 1992-93, pelo Sporting. Na época seguinte, marca dois golos ao Celtic em Alvalade para a Taça UEFA. A história é cómica: ao intervalo, ainda com 1-0, Cadete está a fazer gelo para amenizar uma micro-rotura e Robson quer substitui-lo. No way, diz ele, “só quando marcar o segundo”. Voltaren com ele e toma lá o 2-0. Mais tarde, Cadete assina mais um bis, agora à Escócia (5-0 na Luz, a caminho – ou não – do Mundial-94), por quem os adeptos católicos do Celtic não vão à bola. Aparece o Celtic na vida de Cadete em Março 1996. Até final da época, entre Abril e Maio, cinco golos em seis jogos. Ui, isto promete. Canta-se a plenos pulmões “there´s only one Jorge Cadete/He puts the ball in the netty/He’s Portuguese and scores with ease/Walking in Cadete Wonderland”. No estádio do Celtic, claro. No do Rangers, é mais ‘Cadete tem o cabelo como esparguete”. Seja como for, Cadete aventura-se à grande no Celtic 1996-97, ao lado de Di Canio e Van Hooijdonk, e afirma-se como melhor marcador da 1.ª divisão escocesa, graças aos 25 golos em 31 jogos, entre seis bis e um hat-trick. O segundo melhor é Brian Laudrup, do Rangers, com 16. Curiosidade: nenhum dos 25 de Cadete é de penálti. Incrível. E histórico. Nunca um português se sagrara rei do golo no estrangeiro. No pós Cadete, há Pauleta (Salamanca 1997 – só uns dias mais tarde que Cadete -, Bordéus 2002 e PSG 2006, 2007), Ronaldo (United 2008, Real Madrid 2011, 2014, 2015), Makukula (Kayserispor 2010).