Great Scott #9: Único treinador a ganhar no campo dos três grandes pela mesma equipa? (só 1.ª divisão)
Há jogadores e jogadores. E há o Jaime Pacheco. Vejam lá bem isto: é ele o número 10 em duas noites históricas do futebol português, a da final da Taça das Taças 1984, vs Juventus, e a do pontapé de Carlos Manuel em Estugarda, no ano seguinte, vs RFA.
Há treinadores e treinadores. E há o Jaime Pacheco. Vejam lá bem isto, é ele quem conquista o único título de campeão nacional do Boavista, em 2001. Como se isso fosse pouco, é o único a ganhar no campo dos três grandes pela mesma equipa.
A aventura pelo Vitória SC começa em Março 1996, dia 31 Março, um domingo à tarde (1700). Em Alvalade, o Sporting dá água pela barba até ao intervalo, com golos de Pedro Barbosa e Sá Pinto. Na segunda parte, o Vitória dá a volta. Edinho reduz aos 54’, Capucho empata aos 64’. A dez minutos do fim, Costinha é expulso por Lucílio Baptista com vermelho directo. Já com as três substituições feitas pelo treinador interino Fernando Mendes, o capitao Oceano assume a baliza e sofre o 3-2 de Armando.
Menos de um mês depois (26 Abril), outro domingo às 1700, o Vitória volta a fazer das suas. É a primeira derrota nas Antas de Bobby Robson em dois anos e meio de campeonato. Edmilson marca de penálti, Edinho imita-o da marca de 11 metros, num lance em que Jorge Coroado mostra o segundo cartao amarelo e o respectivo vermelho ao capitão João Pinto. Antes do intervalo, Ricardo faz o 1-2 e Quinzinho empata. Na segunda parte, um pontapé indefensável de Zahovic do meio da rua deixa Vítor Nóvoa pregado ao relvado. Na conferência de imprensa, é célebre o desabafo de Robson. ‘Zahovic, muito bom, 20 metros, 25 metros, golo; Quinzinho, cinco metros, no goal. Folha, cinco metros, no goal.”
Passa-se um ano, já estamos na época 1996-97. A duas jornadas do fim, o Benfica de Manuel José é surpreendido em casa (emprestada: Campo Maior). Marcam Paneira e Quim Berto. É o pleno de Jaime Pacheco. Jamais visto, nunca repetido. Número 10 como jogador e treinador.