Great Scott #25: Único guarda-redes a defender penaltis na casa dos três grandes? (só 1.ª divisão)

Great Scott 05/11/2020
Tovar FC

author:

Great Scott #25: Único guarda-redes a defender penaltis na casa dos três grandes? (só 1.ª divisão)

Rui Correia

Craque é craque e vice-versa. Titular da baliza de Sporting e Porto em décadas distintas, Rui Correia comete a proeza de ser internacional AA em duas ocasiões e nenhuma delas ao serviço dos grandes. É-o pelo Braga, onde joga seis anos e é chamado por António Oliveira para integrar os 22 de Portugal no Euro-1996. Aliás, é ele o número 22. Rui Correia, um homem às direitas com 15 anos de 1.ª divisão, quatro de Honra e um de 2.ª B (Feirense), sem esquecer os 13 jogos nas competições europeias mais as tais internacionalizações vs. Liechtenstein (7:0 em 1995) e Arménia (3:1 em 1997).

Pelo meio, um recorde inesquecível. O de único guarda-redes a defender penáltis na casa dos três grandes. Logo ele, autor deste pensamento. “Os penáltis são uma treta, é como jogar no Euromilhões. Se um jogador atirar com força e colocação, não é possível defender. Mesmo que adivinhemos o lado da bola e nos estiquemos o máximo, não há hipótese. E se porventura ficarmos quietos e a bola bater em nós, somos considerados uns heróis por isto e aquilo. Não é bem assim. Nem pode. É uma lotaria. Os penáltis são uma lotaria.”

E a Rui Correia sai-lhe a taluda uma, duas e três vezes. Tudo começa na Luz, a 28 Maio 1995, para a última jornada da 1.ª divisão. O Braga ganha 1:0 (obra de Baltasar) quando o árbitro José Rufino apita penálti a favor do Benfica, aos 61’. O brasileiro Edilson arranca para a bola e Rui Correia adia o empate – curiosamente anotado pelo mesmo Edilson, no último minuto.

Passa-se toda a época 1995-96 e nada. Na seguinte, é um ver-se-te-avias. No dia 19 Janeiro 1997, nas Antas, o Braga apanha 5:0 para a 16.ª jornada. Aos 59 minutos, já com 2:0, José Pratas assinala penálti de Sérgio sobre Zahovic e expulsa o número 10 com vermelho directo. O brasileiro Edmilson remata para a sua esquerda, Rui Correia repele a bola para o ar. Na recarga, Jardel chega mais alto que o guarda-redes e assiste para o 3:0 de Edmilson.

Acto iii: José Alvalade, 12 Abril 1997. O Sporting entra a todo o gás e Sérgio (outra vez ele) comete penálti sobre Iordanov. O capitão Oceano avança para a marca dos 11 metros e Rui Correia adivinha-lhe os intentos, até na recarga. É o hat-trick de sonho. O nulo só é desfeito aos 54 minutos, com um pontapé do outro mundo de Dominguez, ligeiramente fora da área.

Leave a comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *