Championship Manager pelo Ajax
O primeiro ano ainda vá. Agora o segundo já não dá. Falo da universidade. Ando na UAL, num beco estreito à Rua de São Paulo. Entro em 1995 e vou às aulas todas de Novembro até Maio. Começa às oito, acaba à uma. Almoço e siga a marinha para o Record. É ir a pé até ao Cais Sodré, subir a Rua do Alecrim e ziguezaguear pelas ruas do Bairro Alto até à Travessa dos Inglesinhos. No segundo ano, a táctica é outra. Aulas, zero. Encontramo-nos à mesma no bar da UAL, junto à maquina do Pang. Quando não há o ambiente de bar, zarpamos para a Adega do Lagarto, na esquina mais próxima de si (nós). E sai uma rodada de favaios. Duas. Três. Caaaalma, a malta come uma sande de torresmo pelo meio. É só o que faltava, beber de estômago vazio. Nã, jogamos à defesa. E abrimos o salão de jogos das Amoreiras ao meio-dia para curtir Sega Rally. Eu com mudanças automáticas, Artur e João com manuais. À uma da tarde, já ninguém pode com uma gata pelo rabo. Um vai dormir, o outro mete um dia de férias no 118 e alguém vai para o Record. Bêbado, mas lúcido. As férias de Natal oferecem uma pausa, o Ano Novo dá uma resolução. Nada de favaios nem Sega Rally, não vale misturas. E começo a acordar às 5 e 55 de sempre para apanhar a Barraqueiro das 6 e 20 na Flamenga, paredes-meias com a Póvoa Santo Adrião. Quando chego a Lisboa, autocarro do Campo Grande para os Restauradores e subida da calçada da Glória até entrar no Record. Zero pessoas na redacção. Ligo o computador e entro no mundo do CM. Em vez de História, Direito, Matemática/Estatística, Gramática e afins, faço-me treinador do Ajax. Época 1996-97, depois 1997-98, 1998-99 e por aí fora. De Janeiro a Abril, zero aulas, zero presenças no bar da UAL. Então e Maio? Pois é. Acontece uma cena improvável. Época 2045-46, sempre no Ajax. Campeão holandês. Carrego na época seguinte e aparece-me uma informação esquisita. ‘Obrigado por ter participado no jogo, volte agora ao início’. Hein? Volto a 1996-97. Seja. Volto à UAL. Até hoje.