Great Scott #41: Único guarda-redes com dois penáltis defendidos na fase do mata-mata em Mundiais?
Iker Casillas
Iker Casillas é um guarda-redes sem igual na história do Real Madrid. Vejam lá bem isto. Joga um total de 11 finais e ganha nove. Faz 2144 paradas em 725 jogos. É aquele com mais vitórias na Liga (334) e mais jogos a zero (259). Aos 34 anos, sai de cena e assina pelo FC Porto. Para atrás, todo um currículo assombroso: 5 Ligas, 2 Taças do Rei, 4 Supertaças (em Espanha), 3 Ligas dos Campeões, 2 Supertaças Europeias, 1 Taça Intercontinental, 1 Mundial de clubes (lá fora), 1 Euro sub-15, 1 Euro sub-17, 1 Mundial sub-20, 1 Mundial e 2 Europeus (pela selecção). Ao todo, 24 títulos. É um número do arco-da-velha.
E se juntássemos outros recordes? Espectáculooooo. Como o de penáltis defendidos. No Real Madrid, qualquer coisa como 17. Na selecção, só em Mundiais, quatro. Dois no desempate, outros dois no mata-mata. E é aqui que realmente importa, porque não há mais ninguém assim. Dois penáltis defendidos na história dos Mundiais há Tomaszewski (Polónia 1974) e Friedel (EUA 2002), sempre em fases de grupos. Agora em fases a eliminar só mesmo Casillas.
A história começa em 2002, na Ásia. Oitavos-de-final em Suwon (Coreia do Sul), vs República Irlanda. A Espanha adianta-se com Morientes, num sensacional golpe de cabeça dentro da área. Na segunda parte, o árbitro sueco Frisk assinala penálti uma falta de Juanfran sobre Duff. Na linha dos 11 metros, Ian Harte atira para o seu lado esquerdo e Casillas enxota a bola para a frente. A recarga de Kilbane é divertidamente catastrófica, porque o remate com o pé esquerdo sai-lhe mal mas mal, completamente ao lado. No último suspiro, outro penálti. Agora a falta é do capitão Hierro sobre o suplente Quinn. Sai de cena Harte, entra Robbie Keane e Casillas nem se mexe. Empate em cima do minuto 90 e prolongamento. Nada de nada. Nos penáltis, Casillas defende mais duas bolas (Holland e Kilbane). A Espanha segue em frente, a Irlanda volta para casa.
Oito anos depois, a Espanha apresenta-se na África do Sul como campeã europeia em título. Pormenor: a única selecção a juntar o título europeu ao mundial é a RFA (1972-74). A Espanha imita-a. No processo, até começa mal (1:0 da Suíça). Seguem-se seis vitórias seguidas. O processo inclui o 1:0 de Villa sobre Portugal de Queiroz, nos oitavos-de-final. Na eliminatória seguinte, o mesmo herói vs Paraguai. Antes do golo salvador, aos 83 minutos, três penáltis. Acardite, três. Todos na segunda parte. O primeiro é para o Paraguai,. Por falta de Piqué sobre Cardozo. O mesmo Cardozo encarrega-se de o bater. Casillas adivinha o lado. História com agá maiúsculo. Nunca um guarda-redes defende dois penáltis na história dos Mundiais. Adiante. A Espanha goza do mesmo brinde. Xabi Alonso atira e engana Villar. O árbitro guatemalteco Batres manda repetir por excesso de espanhóis na grande área e, aí senhoras e senhores, Villar rouba a cena a Xabi.
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