Great Scott #58: Como se chama o adepto do Benfica agredido por Eusébio no dia do título em 1967?
Artur Marques da Glória
Esvazia-se o suspense, em plena 25.ª e penúltima jornada da 1.ª divisão. No último dia de Abril 1967, confirmam-se as descidas à 2.ª de Atlético e Beira-Mar mais o título de campeão do Benfica. Basta uma vitória em casa, vs Belenenses. Um golo em cada parte resolve o assunto. Marcam Eusébio, de penálti, a castigar mão de Rodrigues, e José Augusto, de cabeça, após centro de Eusébio.
A 15 minutos do fim, inicia-se o carnaval. Soam os primeiros foguetes, lançam-se as primeiras serpentinas. Até aí tudo bem, o jogo prossegue com normalidade. Aos 87 minutos de jogo, a massa adepta do Benfica irrompe pelo relvado fora. Instala-se a confusão, depois o caos. Há desmaios. E macas. Há jogadores sem camisola. Há jogadores sem calções. Há uma gritaria ensurdecedora. No meio, um senhor prostrado no chão. Nitidamente com dores, é assistido pelo médico benfiquista Azevedo Gomes. Recuperado, sai de cena e o jogo chega finalmente ao fim, com a realização dos últimos 180 segundos.
Horas depois, já se sabe tudo. Chama-se Artur Marques da Glória e é o sócio número 48.767 do Benfica. Foi pugilista e é dono de uma taberna. A seu cargo, uma família com mulher e filha. Mais dois pombos, um chamado Simões e outro Lola. E ainda um galo. Nome do dito cujo? Eusébio. Quando entra no relvado é com o intuito de pedir a camisola a Eusébio. O número 10 não está para aí virado e sacode a pressão com um pontapé vistoso, ali perto da linha do meio-campo. Lá se vai o Glória. E a glória, já agora. Eusébio é chamado à pedra pela própria direcção do Benfica e pede desculpas pelo acto, além de lhe oferecer a ambicionada camisola em pleno Estádio da Luz, na quinta-feira, 4 Maio.