Great Scott #61: Quem é o recordista português de jogos seguidos a marcar em todas as competições?
Peyroteo, 12
Natural de Angola, Fernando Peyroteo chega a Lisboa em 1937 e aceita ir à sede do Sporting. Gosta pouco, muito pouco, do ambiente. “Como bom desportista, evito salões com perfumes ricos, raparigas interessantes, fumo de tabaco e sons.” É no campo que se dá bem. Na época de estreia, é o melhor marcador do campeonato, com 33 golos em 14 jogos – só não marca ao FC Porto, no Lima. Daí para a frente é um vê se te avias: Belenenses (1), Académica (2), Carcavelinhos (1), Ac. Porto (5), Barreirense (2), Benfica (2), FC Porto (4), Belenenses (2), Académica (5), Carcavelinhos (5), Ac. Porto (3) e Marinhense (7). Ao todo, 39 golos em 12 jogos.
Em 1943-44, Peyroteo repete a graça. Qual é o segredo do seu sucesso? Chama-se Joseph Szabo. “Sinhor Fernando”, diz-lhe o treinador, “não perturbar com jogo. Não ter importância nenhum jogar mal. Gajos ir dizer para si coisas feias. Não engolir a isca. Fazer de conta ter algodon nos ouvidos. E não esquecer principal papel de avançado centro: caréga Maria! [atirar ao golo, na sua gíria]” Dito e feito. Veja-se lá esta sequência: Académica (1), Vitória Setúbal (1), Olhanense (1), Salgueiros (3), Atlético (1), FC Porto (1), Benfica (1), Belenenses (1), Académica (1), Vitória Setúbal (2), Olhanense (2) e Salgueiros (4). Ao todo, 19 em 12.
Em 1949-50, outra figura marca golos em 12 jogos seguidos. O herói é Julinho, peça fundamental do ataque conhecido como “os cinco diabos vermelhos”, em que contracena com Mário Rui, Arsénio, Espírito Santo e Rogério Pipi. Numa das 11 épocas no Benfica, o avançado brilha com 20 golos em 12 jogos seguidos. Pelo meio, falha duas jornadas e o Benfica não ganha (1-1 vs. Académica e 0-1 vs. Elvas). De resto, é um tratado: Atlético (2), Belenenses (1), Olhanense (3), Vitória Guimarães (1), Lusitano VRSA (1), Estoril (3), Sporting (1), Vitória Setúbal (3), FC Porto (1), Covilhã (2), Braga (1) e Atlético (1).
Mais alguém? Com 12, há mais uma figura. Azumir, de seu nome. A 11 Janeiro 1962, Jorge Orth dá o treino matinal do FC Porto e morre à tarde, em casa. No funeral do húngaro, o avançado brasileiro jura um título – e dá-lhe o de melhor marcador no campeonato desse ano. Na sensacional série de 12 jogos seguidos a marcar, há a particularidade de um deles ser ao Sporting (1-0), na primeira vitória portista em Alvalade. A sua irresistível campanha, entre campeonato e Taça, inclui Beira-Mar (2), Beira-Mar (1), Sporting (1), Leixões (2), Salgueiros (1), Beira-Mar (3), Olhanense (2), Covilhã (3), Académica (1), Benfica (1), Benfica (1) e Lusitano Évora (1). Ao todo, 19 em 12.