Charisteas. “Quem acusou o ambiente foi Portugal, não?”
Espanha, França e Portugal. O percurso goleador de Angelos Charisteas no Euro-2004 é de se lhe tirar o chapéu. O avançado é o herói grego na final do Estádio da Luz.
A Grécia-2004 é sorte ou destino?
Ganhámos cinco jogos em seis. Querem transformar isso em sorte? É um erro. E uma injustiça. Simplesmente, fomos compactos a defender e isso às vezes cansa as pessoas sempre ansiosas por futebol espectáculo, mas o Rehhagel estava sempre a dizer-nos que não tínhamos nenhum Messi, por isso jogávamos fechados.
Em 2004 já se falava do Messi?
O Rehhagel já. Era um homem sensacional. A melhor frase dele foi: “A Grécia inventou a democracia, eu inventei a ditadura democrática.”
Na final, aquele golo é treino ou acaso?
Como me explico? Nós não ficávamos a treinar aquele lance. Já nos conhecíamos de olhos fechados. Quem fosse marcar aquele canto, saberia que eu entraria ao primeiro poste.
Qual o vosso melhor jogo?
O da França, sem dúvida. Eram os detentores do título e ganhar-lhes deu-nos uma confiança tremenda, além daquela que recebíamos diariamente do Rehhagel.
Na Luz, não acusaram minimamente o ambiente?
Ambiente, qual ambiente? Quem acusou isso foi Portugal, não? Era a última oportunidade da geração de ouro e… perderam.