Great Scott #74: Que tenista futuro n.º 1 do ranking ATP mata um juiz-de-linha durante o US Open?

Great Scott Mais 07/17/2020
Tovar FC

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Great Scott #74: Que tenista futuro n.º 1 do ranking ATP mata um juiz-de-linha durante o US Open?

Stefan Edberg

Jimmy Connors e John McEnroe aterrorizam as equipas de arbitragem. Cada ponto perdido pelos norte-americanos é um espectáculo dentro do próprio espetáculo: berros, insultos, provocações gestuais, raquetes partidas e toalhas no chão. As suas atitudes de tão indignas e, ao mesmo tempo, inéditas forçam a Federação Internacional de Ténis a criar o primeiro código de conduta.

Nesse ano de 1983, um sueco de 18 anos já se afirma no ténis como supercampeão (o único, até hoje, a conquistar os quatro títulos do Grand Slam em juniores: Open da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e US Open) e como exemplo de desportivismo. A ironia do destino dá um ar da sua desgraça quando Edberg provoca a morte de um juiz-de-linha de 61 anos, durante a meia-final do US Open-83 com o norte-americano Patrick McEnroe, no dia 10 Setembro.

A determinado momento, o sueco serve para cima da virilha de Richard Wertheim e este cai da cadeira ao tentar desviar-se da bola. Como resultado, bate com a cabeça no chão, tem um enfarte e morre no hospital, com um traumatismo craniano, após dez dias em coma. A partir daí, os juízes-de-linha deixam de se sentar nas cadeiras e passam a ficar de pé ou de cócoras, como ainda hoje acontece.

Quanto a Edberg, vencedor dessa meia-final e depois da final vs Simon Youl, pensa seriamente em abandonar o ténis. Luta contra tudo e contra todos, sobretudo contra ele mesmo, e prosseguiu a carreira. Que, a propósito, é sensacional – número 1 do ranking em 1990 e 1991, quatro Taças Davis, dois Open da Austrália, dois Wimbledon e dois US Open; só lhe falta Roland Garros.

Pelo meio, o seu lendário desportivismo rende-lhe um recorde mundial de cinco prémio de fair-play, prémio esse posteriormente baptizado com o seu nome pela ATP. “É o modelo que qualquer pai quer para os seus filhos” (Pete Sampras). “Nunca ouvi ninguém dizer mal dele e nunca o ouvi dizer mal de ninguém” (McEnroe). ”É o maior embaixador do ténis” (Boris Becker).

Adepto de futebol e do Leeds United, Stefan Edberg vive em Londres com a mulher, Annette Olsen (dois filhos, Emilie e Christopher), antiga namorada de Mats Wilander, outro tenista sueco, e ainda hoje se recusa a falar sobre o assunto. No seu site, qualquer pergunta sobre esse serviço maldito é redireccionada para um artigo da revista “Il Tennis Italiano”.

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