Great Scott #129: Quantos descontos de tempo dos EUA nos Jogos Olímpicos 1992?

Great Scott Mais 10/02/2020
Tovar FC

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Great Scott #129: Quantos descontos de tempo dos EUA nos Jogos Olímpicos 1992?

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Basquetebol é um desporto, não é? É. E o basquetebol dos EUA? Já não, é um mundo à parte. Há vinte anos, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, um treinador chamado Chuck Daly junta os maiores fenómenos de então: Laettner, Robinson, Ewing, Bird, Pippen, Jordan, Drexler, Malone, Stockton, Mullin, Barkley e Magic.

Os 12 concentram-se em Junho de 1992 para a qualificação americana. No primeiro jogo, 136-57 vs. Cuba. “Não se pode tapar o sol com os dedos”, é o curioso desabafo do seleccionador Miguel Calderón Gómez. Cuba é apenas a primeira vítima dos EUA – e também a primeira selecção mais interessada em tirar fotografias com os seus ídolos do que propriamente em jogar com eles. Porque isso, é impossível como se sabe. E os resultados comprovam-no.

Nessa qualificação americana, Canadá (44 pontos de diferença), Panamá (60), Argentina (41), Porto Rico (38) e Venezuela na final (47) sentem a força do adversários. Antes da viagem olímpica, a selecção estagia no Monaco durante seis dias. Os treinos demoram duas horas e o resto do tempo é para curtir. Os jogadores vão às praias de nudistas, aos casinos e até jantam com o Princípe Alberto. O último dia é mais especial. O seleccionador organiza um jogo entre a equipa de azul (Magic mais Barkley, Robinson, Mullin e Laettner) e a de branco (Jordan mais Malone, Ewing, Pippen e Bird). “É com vocês, só com vocês.”, diz Chuck Daly.. Ganham os brancos por 40- 36.

Antes sequer da estreia, polémica porque a selecção recusa a aldeia olímpica e refugia-se num hotel cinco estrelas em Barcelona. Quem se lembra bem disto é Charles Barkley. “Tínhamos sido ameaçados de morte e afastámo-nos de toda a gente para não colocarmos a vida delas em risco. Fomos então para um hotel e aquilo era engraçado porque a segurança era exagerada. Quando ia para a piscina, era qualquer coisa: mulher de biquini, segurança com uzi, mulher de biquini, segurança com uzi, mulher de biquini, segurança com uzi.” É também Barkley quem fura o bloqueio e visita Barcelona por conta própria e risco. Quando chega ao hotel, perguntam-lhe pelos seguranças. “Isto é a minha segurança”, diz Barkley de punho em riste.

É uma competição sem o ser e os EUA ganham a todos com uma diferença abissal: Angola (+68 pontos), Croácia (33), Alemanha (43), Brasil (44), Espanha (41), Porto Rico (38), Lituânia (51) e novamente Croácia (32).

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