Great Scott #132: Primeiro português suplente-não utilizado de uma equipa internacional numa final europeia?

Great Scott Mais 10/07/2020
Tovar FC

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Great Scott #132: Primeiro português suplente-não utilizado de uma equipa internacional numa final europeia?

Dimas 1998

Marcello Lippi. Ou o Paul Newman de Viareggio, onde nasce em Abril de 1948. É um homem tão preocupado com a sua imagem que não se deixa fotografar para o jornal “Gazzetta dello Sport” na antevéspera da final do Mundial-2006 por estar com a barba mal aparada. Dele diz Alex Ferguson: “Comparados com ele, somos todos o Bela Lugosi”, numa alusão ao actor húngaro mais famoso que nunca pelo papel de Drácula em 1931.

Salpicado pelo calciocaos (escândalo dos resultados combinados em Itália) e pelas ligações do seu filho Davide ao dirigente Luciano Moggi, o treinador italiano é um bom vivant, culto e refinado, que admite ter duas paixões: a família e o mar. E o futebol, perguntamos nós? Afinal trata-se de Marcello Lippi, um dos treinadores mais carismáticos dos últimos 20 anos. Pentacampeão italiano com a Juventus, é autor da proeza assinalável de ser o primeiro (e único até Vicente Del Bosque em 2010) a sagrar-se campeão mundial de clubes (Juventus-1996) e selecções (Itália-2006). Em 2012, abdica da reforma e aventura-se na China. Meio ano depois é campeão nacional e ainda vence a Taça (dobradinha). Depois. Bom, depois, conquista a Liga dos Campeões Asiáticos. Craque mesmo.

Na Juve, onde é rei e senhor de uma equipa irrepetível com Zidane e Del Piero, só para citar dois génios da bola redonda, Lippi convive com outros artistas. Um deles é português. Paulo Sousa, é? Por acaso, estávamos a falar de Dimas. E porquê? Porque Paulo Sousa é titular para Lippi. Já Dimas é mais assim-assim.

O treinador italiano Marcello Lippi não entende a afluência de jornalistas portugueses no centro de estágio da Juventus. Ouve as primeiras duas perguntas e fica ainda mais perplexo: “Dimas? Isso é alguma marca de máquina de café?” Não, por acaso até é o lateral-esquerdo do Benfica e da selecção nacional. Três dias depois, Dimas é apresentado na Juventus, ao lado de Lippi. Na equipa de Peruzzi, Ferrara, Porrini, Iuliano, Deschamps, Lombardo, Jugovic, Del Piero, Vieri, Jugovic, Boksic, Zidane, entre outros ilustres. A sua estreia é a 1 Dezembro, vs Bolonha (1:0 em Turim, golo de Zizou).

Pela Juventus, Dimas faz 56 jogos (um dos quais é o lendário 6:1 ao Milan, em pleno Giuseppe Meazza) e vence dois campeonatos italianos. Além disso, é finalista da Liga dos Campeões. No dia 20 Maio 1998, em Amesterdão, há dois pesos pesados a decidir o título de campeão europeu. Dois campeões nacionais, de facto – algo que só se repetirá em 2020, na Luz, por ocasião do Bayern vs PSG. No banco de suplentes de Lippi, a disposição táctica é Rampulla, Dimas, Birindelli, Conte, Tacchinardi, Amoruso e Fonseca.

Dos sete, só podem entrar três. Lippi começa com Tacchinardi, ao intervalo. Depois o avançado uruguaio Fonseca na reacção ao 1:0 de Mijatovic. Finalmente, Conte aos 77’. Dimas é banco, desde a quarta jornada da fase de grupos. Torricelli é a aposta de um onze com três centrais. Dimas só joga a conta-gotas, embora faça 90 minutos na 2.ª mão da ½ final, vs Monaco (com Costinha), por suspensão de (lá está) Torricelli.

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