Great Scott #139: Quem entrega a Taça dos Campeões ao Steaua em 1986?

Great Scott Mais 10/16/2020
Tovar FC

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Great Scott #139: Quem entrega a Taça dos Campeões ao Steaua em 1986?

Silva Resende

O futebol espanhol está de parabéns, com representantes em todas as três finais europeias 1985-86: Real Madrid na Taça UEFA, Atlético Madrid na Taça das Taças e Barcelona na Taça dos Campeões.

Em ano de México-86, a UEFA organiza as três finais em menos de uma semana. No dia 2, o Atlético Madrid apanha 3:0 do Dínamo Kiev em Lyon. No dia 6, o Real levanta o troféu em Berlim (na primeira mão, 5:1 no Santiago Bernabéu; na segunda, 2:0 para o Colónia). No dia 7, Barcelona e Steaua esgrimem argumentos, em Sevilha. A organização espanhola pede autorização para fazer publicidade da Expo-92. Nada feito, a UEFA nega.

A final é histórica em muitos aspectos. O Steaua estreia o equipamento branco, por exemplo. Zero golos, acaba 0:0, outro exemplo. Schuster é substituído perto dos 90 minutos e nem vê o prolongamento, muito menos os penáltis; simplesmente toma banho e zarpa para casa. Uyyyy, um exemplo escaldante. Nos penáltis, ninguém acerta os primeiros quatro remates – outro exemplo. Duckadam defende todos os quatro penáltis do Barcelona – mais um exemplo. Ganha o Steaua, a primeira equipa do Leste a levantar a Taça dos Campeões. Olha, outro exemplo.

Quem dá a taça aos vencedores? Por norma, é o presidente da UEFA. Só que o francês Jacques George está afectado pelos trágicos incidentes de há um ano (Heysel) e nem viaja para Sevilha. Delega então o acto de entrega ao vice, o português Antero da Silva Resende. Ou melhor, o acto de entrega em caso de vitória de Steaua. Porque se calha ganhar o Barcelona, quem entrega a taça é o rei Juan Carlos. O entediante jogo ao longo dos 120 minutos e os desastrosos penáltis do Barcelona desanimam a realeza por completo. A cara do rei é um poema. Destroçadíssimo. Como se fosse do Barcelona desde pequenino. Ganha o Steaua, 2:0 nos penáltis. Nas bancadas, a esmagadora maioria dos 70 mil espectadores dá de fuga. O regime romeno só autoriza a ida de mil pessoas para Sevilha, é imaginar a força dos festejos. Seja. O estádio já está às moscas no instante em que Silva Resende pisa a relva e entrega a taça ao capitão Iovan numa cerimónia nada preparada nem festiva.

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