Great Scott #145: Último jogo da selecção nacional com o hino da monarquia?
Suíça-Portugal 1945
A quatro meses do fim da 2.ª Guerra Mundial, os dois países neutros encontram-se em Basileia para inaugurar o Campo de Rankof. Antes do jogo, chega-se a um acordo quanto à eventualidade de duas substituições, uma delas à baliza. A Suíça nem faz um, Portugal aproveita para tirar Feliciano aos 76′, por lesão (entra Manuel Marques, o lendário Manecas). Muito bem, vamos a isso?
Vamos, sim senhor. Que toquem os hinos. O português é uma anedota. Os jogadores olham uns para os outros e depressa se desligam do assunto porque começam a falar entre eles em amena cavaqueira. E porquê? Por descuido ou ignorância, alguém fornecera à banda de música de Basileia a partitura errada. Muito errada mesmo. Toca o hino real, anterior à proclamação da República de 1910.
Bola ao meio e soa o apito do espanhol Pedro Escartin. Mal começa o jogo, a chuva aparece e é um problema para o espectáculo. Sucedem-se as quedas, os trambolhões e as bolas presas na lama. Diz o seleccionador Tavares da Silva, ao intervalo. “Têm estado uns dias tão bonitos e agora vem a chuva, que também quer ser adversária.” À chuva acrescente-se a Suíça, vitoriosa sobre Portugal pela quarta vez em cinco jogo. O golo da vitória nasce a abrir a segunda parte, por Friedlander, com um toque subtil à saída de Azevedo, após um livre da direita a castigar falta de Barrosa.
Até final, a selecção raramente incomoda Ballabio e mantém-se o 1-0. Para a história, o onze português com Azevedo (Sporting); Cardoso (Sporting) (cap) e Francisco Ferreira (Benfica); Amaro (Belenenses), Feliciano (Belenenses) e Barrosa (Sporting); Espírito Santo (Benfica), Artur Quaresma (Belenenses), Peyroteo (Sporting), Joaquim Teixeira (Benfica) e Rafael (Belenenses)