Futre, o único parceiro português
O jogo do século. Dizem eles, os ingleses, a propósito do centenário do campeonato. Inglês, claro. Por isso, a federação (inglesa, of course) organiza um particular entre os melhores jogadores da liga inglesa e os melhores do mundo. Ou seja, de um lado o capitão Robson, treinado por Bobby Robson. Do outro, Maradona “orientado” por Terry Venables. Nesta selecção, ainda constam os nomes de Elkjaer, Platini, e Futre. O jogo é transmitido para 61 países de todo o mundo, incluindo Portugal, que vê o seu menino prodígio falhar um golo depois de fintar Shilton e adiantar muito a bola, ao ponto de ficar sem ângulo de remate. O MVP é Platini, que se retirara do futebol nesse Verão sem nunca ter jogado em Wembley.
Nas bancadas, o rei Pelé vê tudo com atenção e entra no relvado para entregar a taça aos vencedores. À equipa da liga inglesa, obvioulsy. Com golos de Robson (23′, 88′) e Whiteside (58′). Ausentes das competições europeias desde Maio de 1985 – pela tragédia de Heysel entre adeptos de Liverpool e Juventus –, este é um jogo especial para os ingleses, que erram claramente na atitude. Assobiam Maradona sem dó nem piedade, desde a entrada em campo até ao fim. Os ingleses não esquecem o golo do argentino com a mão à Inglaterra no Mundial-86. Diego reage, furioso. “É uma vergonha. Quem disser que marquei com a mão, é um grande mentiroso.” É uma vergonha, sim senhor, e o Pinóquio até fica ressentido.