Great Scott #153: Qual é a primeira equipa com três brasileiros no 11 numa final europeia?
SLB PSV 1988
O futebol holandês é sui generis. Campeão europeu em 1988, acumula três finais de Mundial sem qualquer vitória. A nível de clubes, há três clubes conquistadores da Taça dos Campeões. O primeiro de todos é o Feyenoord, em 1970. Segue-se o Ajax, em 1971, 1972 e 1973. O terceiro e último ilustre vencedor é o PSV, precisamente em 1988, o ano da verdadeira laranja mecânica. Entre o título clubístico e o da selecção, há quatro jogadores presentes nas duas finais separadas por um mês (Van Breukene, Ronald Koeman, Van Aerle e Vanenburg).
Campeão holandês em 1986 e 1987 (seria tri em 1988 e tetra em 1989), o PSV comete a proeza de empatar os últimos cinco jogos da campanha europeia, até a final. É incrível, de facto. No total de nove jogos, o PSV só ganha três. Um ao Galatasaray e dois ao Rapid Viena. Daí para a frente, é o símbolo x no totobola. Bordéus, 1:1 lá, 0:0 cá. Real Madrid, mais do mesmo: 1:1 lá, 0:0 cá. Que pasmaceira.
E o Benfica? Dois empates a zero, vs Aarhus e Steaua, ambos fora. Em casa, vitórias atrás de vitórias, estilo rolo compressor. Partizani 4:0, Aarhus 1:0, Anderlecht 2:0 e Steaua 2:0. Feitas as contas, um só golo sofrido, da autor do islandês Gudjohnsen, pai do tal do Chelsea nos anos de Mourinho em dois-mil-e-tal. E um golo manhoso, é bom que se lhe diga. É um livre directo, batido sem o árbitro apitar e com Silvino ainda a orientar a barreira no outro poste.
A final é dia 25 Maio, em Estugarda, uma cidade com um certo je ne sais quoi para o futebol português desde aquele monumento de Carlos Manuel no RFA-Portugal em Outubro 1985. Curiosidade: tanto Hiddink como Toni usam bigode. Charme, só charme. Outra curiosidade: é um jogo da treta, sem oportunidades claras de golos nem tesão. O resultado é insosso, zero em toda a linha. Nos penáltis, o acerto é digno de aplausos. Nos primeiros onze remates, onze golos. Ao 12.º, Veloso atira e Van Breukelen defende. Ganha o PSV a taça.
Para a história, uma final inédita pelo trio de brasileiros no onze. Ainda por cima, vestem números seguidos. Mozer é o 5, Elzo o 6, Chiquinho Carlos o 7. Ainda entra Wando, 16. O Benfica repete a dose em 1990, com Ricardo Gomes, Aldair e Valdo.