Great Scott #198: Quantas vezes Rijkaard cospe no cabelo de Völler durante o Mundial-90?
Três
Se entre “amigos, amigos, negócios à parte”, como será entre inimigos? Basta recuar uns anos e entender a rivalidade entre alemães e holandeses. Futebolisticamente falando, claro. Em 1988, na ½ final do Europeu, em Hamburgo, a Holanda ganha à anfitriã RFA com um golo de Van Basten no último suspiro. Quando soa o apito final, Ronald Koeman troca de camisola com Olaf Thon e passa-a pelo rabo à frente de uma bancada com mil adeptos alemães.
O pior está guardado para 1990, em Milão, por ocasião dos oitavos do Mundial. Aí a RFA elimina a Holanda por 2-1 e o jogo é marcado por três cuspidelas do holandês Rijkaard sobre o alemão Völler. A inqualificável atitude começa aos 20 minutos, na ressaca de uma falta à entrada da área. Como se apercebe de que o árbitro argentino Loustau está a olhar para o bloco de notas, toma lá disto. Völler passa-se dos caretos e barafusta com o dedo indicador no ar. Confusão pela certa, só que Koeman acalma-o enquanto Klinsmann afasta Rijkaard daquela zona. Acto contínuo, Loustau dá amarelo a Völler por protestos.
Livre marcado por Brehme, bola na área e defesa do guarda-redes Van Breukelen. Só que Völler também se faz à jogada e lá vai Rijkaard pedir explicações ao avançado. Pelo meio, lá manda mais uma cuspidela entre os caracóis de Völler, dignos de um Serafim Saudade. E pronto, mais confusão. Entre vários empurrões e palavras (palavrões?), a malta separa-os. Lastau, esse, une-os com o cartão vermelho directo a Rijkaard e a Völler. A caminho do balneário, hat trick do lama holandês com mais uma cuspidela, quiçá para dar mais volume ao cabelo de Völler.
(to be continued)