Great Scott #239: Quem marca o único golo pelo Salamanca na selecção nacional?
Alves
Pauleta? Olhe que não, olhe que não. Taira? Olhe que não? Laupeta? Olhe que não. Agostinho» olhe que não. É mesmo João Alves, na primeira época em Salamanca, onde, é sempre bom realçar, faz sensação graças a jogadas mirabolantes e golos estratosféricos. Só quatro, é verdade. Só que os últimos dois confirmam toda a sua categoria, vs Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu (1:0, num pontapé cheio de irreverência no limite da área) e vs Barcelona (2:0 no Helmantico). Como se isso fosse pouco, Alves repete a proeza na época seguinte, a de 1977-78: golo da vitória vs Real Madrid (penálti) e golo da vitória vs Barcelona, ambos em casa.
Pelo meio, Alves vai à selecção e também concentra as luzes dos holofotes da fama. Estamos a 30 Março 1977 e a federação marca um jogo a feijões no Funchal. Um jogo? Essa é boa. É mais uma excursão. Há jogadores piores que estragados, porque a 1.ª divisão está na recta final e uma viagem à Madeira é sempre escusada. Há quem proteste, a começar pelo seleccionador José Maria Pedroto. Seguem-se Oliveira, Murça (Porto), João Cardoso (Belenenses), Marinho (Braga), Humberto e Chalana (Benfica). Todos se recusam ir a jogo.
Adiante, o resto da malta voa para a Madeira e entra nos Barreiros para somar a quarta vitória consecutiva da selecção, à conta de uma Suíça que nos brindara com inacreditável 3:0 no particular anterior. O domínio dos portugueses é exemplar, sobretudo na segunda parte, altura em que se joga com mais cabeça e a bola corre à flor da relva. O golo de Alves é de bandeira, uma jogada individual brilhante com uma conclusão magistral.
Como prémio pela deslocação e vitória, cada jogador recebe 10 contos. O onze, é sempre bom lembrar, faz-se com Bento, Gabriel (estreante), Laranjeira, Carolino, Pietra, Francisco Mário, Octávio, Alves, Baltasar (estreante), Nené (cap) e Gomes. Ainda entra Nelinho (terceiro estreante da noite de quarta-feira).