Great Scott #260: Quantos cromos do Mundial-70 acabam por fazer carreira de treinador em Portugal?

Great Scott Mais 04/05/2021
Tovar FC

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Great Scott #260: Quantos cromos do Mundial-70 acabam por fazer carreira de treinador em Portugal?

Três

O Mundial-70 é uma das competições mais gloriosas de todos os tempos. O tri do Brasil é uma façanha extraordinária por se tratar ainda hoje do único campeão só com vitórias, seja na fase de qualificação, seja na fase final. Juntamos ainda o recorde de Jairzinho, único campeão a marcar em todos os jogos, e a beleza do seu jogo, devidamente estampada no 4:1 final vs Itália, da autoria de Carlos Alberto.

Na caderneta Panini, a primeira de sempre dedicada aos Mundiais, há três jovens à procura do sucesso. Cada um terá a sua dose de protagonismo aqui e ali, sempre com Portugal como ponto de passagem. Ei-los ao vivo e a cores.

Jean Thissen

Lançado pela Bélgica em 1968, acumula 34 internacionalizações sem marcar qualquer golo. Faz parte dos eleitos para o Mundial-70 e também para o Euro-72. É tricampeão pelo Standard e levanta duas Taças das Taças pelo Anderlecht. Abandona os relvados em 1979 e abraça a carreira de treinador, com início em Aveiro. Estamos em Maio 1987, a escassos três dias do título europeu do Porto.

No Mário Duarte, a figura de Jean Thissen entra pela primeira vez vs Guarda e ganha 3:1 de virada, na penúltima jornada da 2.ª divisão. O seu primeiro golo é de Folha, o cambalhotas. Na época seguinte, já a full time, acaba em segundo lugar na zona centro da 2.ª, atrás do Académico de Viseu. O melhor marcador é um compatriota chamado Alain (12 golos), contratado ao Portimonense. Jean Thissen sobe então o Beira-Mar, recebe Abdel Ghany, Sousa, Penteado, Bozinoski, entre outros, e ainda faz uma época e meia na 1.ª divisão até ser substituído em Janeiro 1990 por Vítor Urbano, o líder espiritual da inédita final da Taça de Portugal, vs Porto em 1991.

Anatoli Bishovets

Quatro dos seus 15 golos pela URSS acontecem no Mundial-70. Avançado de raiz, nascido e criado em Kiev, faz toda a carreira no Dínamo de 1963 até 1973 com um total de seis títulos entre quatro campeonatos e duas taças. Depois faz-se treinador e sagra-se campeão olímpico pela URSS em 1988, na final vs Brasil de Romário (2:1 após prolongamento).

A entrada de Bishovets em Portugal é através do Marítimo, como sucessor de Nelo Vingada em Março 2003. Ganha cinco jogos, empata um e perde três (o primeiro dos quais vs Sporting, 0:3 nos Barreiros). Sai de fininho no primeiro dia de Junho, com o sétimo lugar (apanhara o clube no 13.º).

Pedro Rocha

Único uruguaio a jogar em quatro Mundiais seguidos (1962, 1966, 1970, 1974), Pedro Rocha é um belíssimo jogador. Artista, maestro, número 10. Os seus passes espantam toda a gente. Faz carreira no Peñarol, onde é tricampeão sul-americano e bi mundial, antes de virar ídolo da massa são-paulina, com o título de campeão brasiileiro em 1977.

Na década seguinte, arma-se em treinador e chega a Portugal para treinar o Sporting em Julho 1988. Nos primeiros 12 jogos oficiais, invencível com sete vitórias e cinco empates. A derrota chega ao 13.º, vs Real Sociedad para a Taça UEFA. É demitido em Fevereiro 1989, culpa de um golo de Aparício no Bonfim (1:0 vs Vitória FC, sétima derrota da sua era). Na despedida, o seu onze reúne quatro jovens: Vital, Morato, Fernando Mendes e Jorge Plácido. Voltaria a Portugal em 1990-91 para treinar o Vitória SC. Substitui Paulo Autuori em Setembro e ainda consegue uns bons resultados até se cruzar com os três grandes de enfiada na altura do Ano Novo (Porto 0:2, Sporting 1:1, Benfica 0:2). É demitido ao sétimo jogo seguido sem vitória, preso no 12.º lugar. Quem o substitui é João Alves.

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