Great Scott #455: Único português a sofrer dois golos de um guarda-redes no mesmo jogo?

Nuno Espírito Santo

A vida de Nuno na 1.ª divisão espanhola começa em 1997, com três minutos de utilização como suplente de Songo’o num 3:0 do Depor vs Sevilha para a antepenúltima jornada, lançado pelo brasileiro Carlos Alberto Silva. Na época seguinte, Nuno completa 90 minutos no adeus da época 1997-98, em Gijón. E até defende um penálti lançado por Trotta, a castigar falta de Naybet sobre Kaiku.

É então emprestado ao Mérida, da 2.ª divisão, em 1998-99 e 1999-2000. Na terceira e última época de empréstimo, o Osasuna, da 1.ª, faz-se ao piso e Nuno viaja para Pamplona. A aventura corre-lhe bem, com uma vitória vs Barcelona em casa e um empate vs Real Madrid no Santiago Bernabéu em fins-de-semana seguidos numa altura em que os Osasuna já luta pela manutenção, objectivo festejado na última jornada. Antes de lá chegar, há um palpitante 3:3 vs Las Palmas.

O jogo entra para a história do futebol espanhol por dois motivos: é o primeiro de sempre com dois golos de um guarda-redes, dos quais um é o golo mil dessa edição da 1.ª divisão. O herói em causa é o argentino Ignacio González, do Las Palmas, autor de um bis de penáltis. Na baliza, Nuno vê-se impotente para travar o caminho glorioso do seu comparsa da baliza. No 1:2, aos 52 minutos, o remate de Ignacio é por alto e a bola entra na malha superior, sem hipótese para Nuno. No 3:3, aos 80’, Ignacio muda de lado e Nuno ainda toca na bola. Em vão, a pastilha é forte e não há maneira de a desviar do golo.