Great Scott #473: Único marroquino a jogar uma final da Taça/Liga dos Campeões?
Hajry
Primeiro jogador do Farense a chegar aos 250 jogos na 1.ª divisão, a vida de Hajry Redouane é para lá de fascinante. Descoberto pelo olheiro benfiquista Peres Bandeira no Torneio Toulon 1987, numa edição em que também jogam Stoitchkov, Kostadinov, Gascoigne e Ginola, o médio marroquino sai do semi-profissionalismo de Marrocos e entra pela porta grande no Benfica.
As oportunidades na Luz escasseiam, culpa da concorrência dos estrangeiros Magnusson, Mozer, Abel Campos, Elzo, Chiquinho Carlos e também das opções técnicas do dinamarquês Ebbe Skovdahl, substituído a meio da época por Toni. É o português quem aposta mais em Hajry, ao ponto de o fazer entrar no prolongamento da final da Taça dos Campeões 1988 vs PSV em substituição de Magnusson – é o único marroquino em acção na final europeia mais importante da UEFA, porque Benatia (Juventus) e Ziyech (Chelsea) não saem do banco em 2017 e 2021. No desempate por penáltis, Hajry engana Van Breukelen e faz o momentâneo 3:3.
De nada lhe vale, o PSV é campeão europeu e a vida desportiva de Hajry segue um caminho diferente do do Benfica. É emprestado ao Farense, na época de estreia de Paco Fortes, e desce à 2.ª divisão. No ano seguinte, é emprestado ao União da Madeira. Quando volta à Luz, no Verão de 1990, o Benfica já é liderado por Eriksson e acaba de contratar Schwarz. Sem vagas para mais estrangeiros, Hajry elege o Farense como destino e completa dez épocas seguidas, até 2000.