Great Scott #505: Único jogador a cuspir num árbitro em Mundiais de futebol?

Great Scott Mais 03/25/2022
Tovar FC

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Great Scott #505: Único jogador a cuspir num árbitro em Mundiais de futebol?

Samir Shaker

O Mundial-86 reserva-nos alguns heróis como Maradona, Elkjaer, Lineker, Zaki, Butragueño. E, claro, outros tantos vilões como Batista, expulso ainda no primeiro minuto do Uruguai vs Escócia.

Samir Shaker só é expulso para lá dos 90 minutos, já depois do apito do árbitro, na ressaca de um Iraque vs Bélgica, em Toluca. Os belgas controlam fácil e ganham 2:0 ao intervalo, golos de Scifo e Claesen. Na segunda parte, o árbitro colombiano Jesús Díaz assinala uma falta de Oraibi (número 22) e dá amarelo a Basil (14). Este aplaude a decisão de forma sarcástica e vê o segundo amarelo. É expulso, o Iraque vê-se reduzido a dez elementos. A ira cresce, até porque o Iraque sente-se prejudicado.

Ou melhor, duplamente prejudicado. No jogo anterior, vs Paraguai, o árbitro Picon-Ackong das Maurícias anula um golo a Radhi a meio de uma jogada de ataque. Quer dizer, é um remake do golo anulado ao Zico vs Suécia no Mundial-78. Quando o erro se repete, é grave demais. Os iraquianos já partem desconfiados e mais desconfiados se sentem com a expulsão de Basil. Quando acaba o jogo, Samir Shaker aproxima-se do árbitro e cospe-lhe.

Nem 24 horas depois, a FIFA afasta o jogador por tempo indeterminado. Depois, a sentença é reduzida para um ano. Seja como for, Samir Shaker nunca mais veste a camisola do Iraque. Nem o Iraque volta a um Mundial. Quando ao árbitro Jesús Díaz, a FIFA aposta no seu trabalho e convoca-o para o Mundial seguinte, em Itália. O colombiano recusa e até escreve uma carta aos responsáveis da arbitragem com a justificação. Lida a carta e conhecida a razão, ninguém mais o questiona.

Então? Em 1989, no auge da guerra do narcotráfico com Escobar, o árbitro Alvaro Ortega é assassinado em plena rua depois de ter apitado um caliente Independiente Medellín (de Escobar) vs América Cali (dos irmãos Orejuela, cartel de Cali). O América ganha 3:2 e fala-se em corrupção, porque Ortega anula o 3:3 de Carlos Castro. Motivo? Jogo perigoso (golaço de bicicleta). Escobar perde a cabeça e manda matar o árbitro. Quem está ao seu lado no momento da tragédia? Nem mais, Jesús Díaz. Diz Popeye, o sicário mais conhecido de Escobar. ‘Abordámos o Ortega e disparámos uma série de balas.’

E Jesús Díaz? ‘A mim, disseram-me ‘Chucho, não te metas, EL Patrón não te quer mal’. Durante anos e anos, ainda hoje, quase aos 70 anos de idade, Jesús Díaz tem ataques de nervos. ‘Continuo em stress pós-traumático, sobretudo quando lançam foguetes em festas.’

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