Great Scott #508: Único campeão a marcar em todos os jogos numa edição dos Jogos Olímpicos?
Galic
Já se sabe, em ano bissexto há Europeu e Jogos Olímpicos. A moda começa a pegar em 1960. É o primeiro Euro de sempre, ganha a URSS vs Jugoslávia em Julho. Dois meses depois, já nos Jogos Olímpicos, a Jugoslávia insiste na presença da final. E, desta vez, levanta a taça com categoria, vs Dinamarca. Nessas duas finais, sete jugoslavos marcam presença. Amadorismo a quanto obrigas.
Um dos felizes contemplados é Milan Galic, um avançado de recursos técnicos ilimitados, bom de bola para caramba. Aliás, é ele quem marca o primeiro golo das duas finais. Em 1960, o homem só tem 22 anos e joga enormidades no Partizan.
Pela selecção, é um dos responsáveis directos pela eliminação de Portugal na qualificação do Euro-60, com um golo em Belgrado no 5:1. Faz-se ao piso com facilidade e é titular de caras. Joga a final vs URSS, marca a Yashin e apresenta-se fresco que nem uma alface para os Jogos Olímpicos.
Na estreia, assina de penálti vs Egipto. Três dias depois, faz um à Turquia. Mais três volvidos, hat-trick vs Bulgária. Problema bicudo: Jugoslávia e Bulgária acabam empatados em pontos, com cinco. E agora? Moeda ao ar. Passa a Jugoslávia. Na ½ final, dá Itália em Roma.
Pormenor, a Itália reúne duas figuras do best: Trapattoni e Rivera. Ao fim dos 90 minutos, 0:0. Vamos para prolongamento e Galic desfaz o nó. Tumburus empata pouco depois, aos 109’. E agora, penáltis? Ainda não existe essa alternativa, é moeda ao ar.
E? Acredite, a Jugoslávia passa outra vez. Que odisseia, duas moedas ao ar em quatro dias e duas vitórias. Assim se chega à final, assim é o destino. No dia 10 Setembro, em Roma, no Olímpico, a Jugoslávia apanha a Dinamarca, surpreendente finalista pelo 2:0 vs Hungria.
Na moeda ao ar, a Jugoslávia escolhe bola. Muito bem. O árbitro apita, Galic avança e toma lá disto ò From. Um-zero aos 31 segundos. Aos 11’, Matus remata fora da área e From volta a dar que falar, 2:0. Perto do fim, Galic assina o 3:0. O árbitro italiano Lo Bello anula-o e Galic discute a decisão. No quadradinho seguinte, Galic sai de campo. É expulso.
O recorde, esse, é dele e de mais ninguém. Até agora, mais nenhum campeão olímpico marca em todos os jogos. E, já agora, é o melhor marcador desses Jogos Olímpicos, com sete golos. Daí para a frente, Galic joga a final da Taça dos Campeões 1966 pelo Partizan e elimina o Real Madrid pelo Standard Liège na Taça das Taças 1970 com um golo em pleno Bernabéu.
Eis a sequência goleadora de Galic nos JO-60
Fase de grupos
1 Egipto
1 Turquia
3 Bulgária
½ final
1 Itália
Final
1 Dinamarca