Great Scott #510: Quem é o primeiro a ganhar a Liga dos Campeões e depois a Libertadores?
Sorín
Admito, a minha cabeça voa para Ronaldinho, campeão europeu pelo Barcelona em 2006 e sul-americano pelo Atlético Mineiro em 2013. De repente, dizem-me Sorín. Baaaaaaah, Juan Pablo Sorín. É craque, atenção, um lateral-esquerdo com muita ginga. Como se isso fosse pouco, é campeão europeu e sul-americano no mesmo ano, em menos de dois meses.
A história do rapaz (sim, rapaz; Sorín é menino para 20 anos de idade em 1996) é curiosa. Com toda a formação no Argentinos Juniors, a mesma escola de Maradona, estreia-se a titular em 1994 e é campeão mundial sub20 pela Argentina no ano seguinte. O seu talento é imenso e a Juventus contrata-o. O treinador Marcello Lippi fala de Sorín como ‘jogador do futuro’ e utiliza-o pouco, pouquíssimo.
Ainda assim, faz um jogo na Liga dos Campeões. Ou melhor, meio jogo. Sorín entra ao intervalo para o lugar de Jugovic vs BVB, em Turim. Estamos a 22 Novembro 1995 e a Juventus já está apurada para os ¼ final, num grupo com Rangers e Steaua. É a estreia de Sorín na Liga dos Campeões e, por coincidência, o seu último jogo pela Juventus. Simplesmente porque há excesso de qualidade na sua posição, com Torricelli e Pessotto. Como é partidário de liberdade, Lippi aceita o empréstimo de Sorín ao River Plate.
Ora bem, tanto Juventus como River chegam às respectivas finais continentais. E se Sorín está naturalmente ausente na vitória europeia, vs Ajax, em Maio, é, por outro lado, um dos titulares de Ramón Díaz na conquista sul-americana, vs America Cali, em Junho. Em abono da verdade, Sorín joga 81 minutos nas duas mãos, entre 78’ na Colômbia (substituído por Gallardo) e 3’ na Argentina (substituto de Ortega).
Na campanha europeia, Sorín faz zero golos. Na da América do Sul, marca um, vs Universidad, em Santiago. É ele o primeiro de sempre a juntar Liga dos Campeões mais Libertadores (ao contrário, há muitos, muitos). Agora o primeiro a jogar as duas finais, esse, é Ronaldinho.