Great Scott #539: Quem inventa os nomes dos jogadores nas camisolas em Portugal?

Great Scott Mais 05/12/2022
Tovar FC

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Great Scott #539: Quem inventa os nomes dos jogadores nas camisolas em Portugal?

António Medeiros

Natural de Leça da Palmeira, é um dos quatro titulares do Leixões vencedor da Taça de Portugal 1961 nascidos fora de Matosinhos e também é um dos quatro dessa final sem formação no Leixões (é do Belenenses). Chama-se António Medeiros, é um médio bom de bola, com queda para o golo e insistentemente falado para a selecção portuguesa. Nada feito, nunca chega a internacional AA.

A sua carreira na 1.ª divisão ganha uma outra projecção como treinador, sobretudo a partir daquele 11 Setembro 1976. É um sábado, joga-se a 2.ª jornada e o relógio marca as 1630 o’clock. O Belenenses, espiado por um adjunto do Barcelona a preparar o jogo para a Taça UEFA, entra normalmente em campo. O público aplaude e tal. Já a entrada do Estoril no relvado é um mimo. Por ideia de António Medeiros, o modelo norte-americano dos equipamentos é copiado por inteiro. Assim, os 11 jogadores têm o seu nome nas costas e os números estampados no lado oposto ao do símbolo.

É imponente, e histórico. O Estoril apresenta assim 1 Ferro, 2 Vieirinha (cap), 3 Fernando Santos, 4 Amílcar, 5 Carlos Pereira, 6 Óscar Duarte, 7 Nélson Reis, 8 Eurico, 9 Manuel Fernandes, 10 Clésio e 11 Cepeda. No banco de suplentes, figuras incontornáveis como José Torres e Quim, o Cruijff de Marvila.

O clássico acaba 1:1 e o primeiro golo de uma camisola com nome é de Óscar Duarte, aos 56 minutos. O cabo-verdiano, recém-chegado ao Estoril via Covilhã, recebe da esquerda de Cepeda e atira de primeira contra o corpo de Quaresma. A bola ressalta à sua frente e à segunda é de vez. Melo só vê a bola no ângulo superior, nem se faz ao lance. Só mais perto do fim, o suplente José Rocha (substituto de Jorge Jesus) fixa o 1:1 de cabeça, após cruzamento da esquerda do lateral João Cardoso.

O Estoril joga com números ao peito e nomes atrás das costas durante toda a época 1976-77. É eliminado à primeira na Taça de Portugal (vs Chaves, em jogo de desempate) e é 11.º classificado na 1.ª divisão, dois pontos à maior da despromoção. Como a moda custa a pegar, o Estoril abandona o estilo da NASL e volta ao cinzentismo.

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