Great Scott #540: Primeiro jogador de campo sem golos sofridos nas Antas?

Manuel Fernandes

A CUF 1971-72 é um caso sério de invencibilidade fora do Barreiro. A saga começa no Restelo, à 13.ª jornada, e dura até ao final do campeonato, qualquer coisa como 9 jogos (igual a 11 pontos, resultantes de sete empates e duas vitórias). É a CUF de Fernando Caiado a dar cartas. Dos nove golos marcados, seis pertencem a Monteiro.

Quando se inicia a época 1972-73, a CUF continua irredutível como visitante. Montijo, 0:1 de Manuel Fernandes. Leixões, 2:3 com mais um golo de Manuel Fernandes. O Boavista interrompe a série (1:0 de Moura). Duas semanas depois, lá está a CUF retoma o seu ritmo, 1:2 em Aveiro. Segue-se 1:1 vs União, em Coimbra, mais 0:1 vs Sporting, no Jamor. Na ressaca da surpresa maiúscula, 2:2 vs Atlético, na Tapadinha.

No final de Janeiro 1973, a CUF visita as Antas, onde acumula 11 derrotas seguidas e um intimidante 32:1 em golos. A equipa do chileno Fernando Riera marca cedo por Ricardo e depois nunca mais se entende com a baliza, por obra e graça de um Conhé em tarde sim. Aos 74 minutos, Caiado faz as duas substituições permitidas por lei e, no quadradinho seguinte, Monteiro empata. O silêncio nas Antas é ensurdecedor.

Aos 89’, Abel choca com Conhé. O avançado portista continua em campo, o guarda-redes cufista nem por isso. A maca entra em campo e leva-o para fora do relvado. É preciso um jogador de campo para ir à baliza. Manuel Fernandes oferece-se e veste a camisola (vermelha) do guarda-redes suplente José Castanheira. Retomado o desafio, a CUF fecha-se a sete chaves e nem permite remates de longe do FC Porto. Daí que Manuel Fernandes passe cinco minutos (o árbitro lisboeta Maximino Afonso dá descontos) na paz do senhor e saia das Antas sem qualquer golo sofrido.