Great Scott #557: Primeiro português a ver um cartão amarelo em Mundiais?

Great Scott Mais 06/07/2022
Tovar FC

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Great Scott #557: Primeiro português a ver um cartão amarelo em Mundiais?

Jaime Pacheco

A história de Portugal em fases finais de Mundiais começa em 1966, numa época ainda sem cartões amarelos nem vermelhos – as expulsões acontecem de viva voz com aquele gesto inconfundível do ‘rua daqui para fora’.

O segundo capítulo da selecção em Mundiais é 20 anos depois, em 1986, no México. Na estreia, para o grupo F, apanhamos a Inglaterra de Bobby Robson, em Monterrey. O árbitro é o alemão Volker Roth, os fiscais-de-linha chamam-se Bogdan Dochev (bandeirola vermelha) e Jamal Al-Sharif (bandeirola amarela). Um é búlgaro, já na casa dos entas (50), o outro é sírio, só com 31. Portugal equipa Adidas, com camisola vermelha, calções verdes e meias vermelhas. Inglaterra é Umbro, camisola branca, calções azuis e meias brancas.

No cara ou coroa, Bryan Robson ganha a Bento e escolhe bola. Sai a Inglaterra, o primeiro toque é de Hateley, então no Milan, tal como Wilkins, outro do 11. São os únicos emigrantes dos 22 em campo. Portugal apresenta maioria benfiquista (5). Seguem-se três do FC Porto, dois do Sporting e um do Boavista (Frederico). No banco, Damas, Bandeirinha, Jaime Magalhães, José António e Futre. Entram os dois últimos, o extremo para agitar o ataque, ainda com 0:0, o central para defender a vantagem de 1:0.

Futre substitui Gomes aos 73 minutos e 48 segundos. A bola está com Bento e segue-se uma troca de passes até ao drible maroto de Diamantino em cima de Samson. O cruzamento para o segundo poste é aproveitado por Carlos Manuel, embora a bola tenha ressaltado na relva maltratada e batido na canela. Seja, a bola entra na parte de cima da baliza, sem hipótese para o atarantado Shilton. É o minuto 74’24’’ – ou seja, 36 segundos após a entrada de Futre.

A Inglaterra, dominadora em toda a linha, acusa o golo e nunca mais se aproxima com perigo da baliza de Bento. Com a defesa subida, Futre encontra espaço mais-que-suficiente para fazer das suas e, num dos raides supersónicos pela esquerda, é nitidamente carregado por Fenwick dentro da área. O árbitro assinala canto. Ligeiramente mais tarde, Futre acelera pela direita e isola-se, só que o drible para a esquerda de Shilton sai-lhe cedo demais e o guarda-redes adivinha-lhe a intenção.

Mesmo perto do fim, aos 88’03’’, Jaime Pacheco vê o cartão amarelo. É o primeiro português de sempre em Mundiais, por demora em marcar um livre no meio-campo português. O segundo de sempre é para Fernando Gomes, ainda em 1986, vs Marrocos, aos 64’, por protestos.

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