Great Scott #558: Último jogador-capitão-treinador a marcar a um grande na 1.ª divisão?
Jaime Pacheco
Maravilha, futebol de 1 a 11.
Paços com
1 Padrão
2 José Mota
3 Chico Oliveira
4 Sérgio Cruz
5 Ricardo
6 Monteiro
7 Valtinho
8 Yulian
9 Tulipa
10 Jaime Pacheco
11 Jussié
FC Porto com
1 Baía
2 João Pinto
3 Bandeirinha
4 Zé Carlos
5 Fernando Couto
6 Vlk
7 Jorge Couto
8 Kostadinov
9 Domingos
10 Timofte
11 Rui Filipe
Capitão do Paços? Jaime Pacheco. Treinador do Paços? Jaime Pacheco. O homem domina a Mata Real. Estamos em Fevereiro 1993, dia 6, jornada 20 da 1.ª divisão entre o 14.º classificado e o líder isolado. Em directo na RTP 2, o árbitro Martins dos Santos dá o apito inicial e Kostadinov falha o golo aos 21 segundos, com um chapéu de aba larga. Até ao intervalo, nada de novo e 0:0.
No reinício, sai o FC Porto e Domingos ganha a linha de fundo pela direita. O cruzamento ao segundo poste apanha Timofte, cujo remate cruzado com o pé esquerdo é assim para o frouxo. Padrão é batido em contrapé, Sérgio Cruz afasta a bola em cima da linha com a barriga. Martins dos Santos manda seguir, um dos fiscais-de-linha corre para o meio-campo em sinal de golo.
É a confusão em Paços, o fiscal-de-linha é travado pelo banco do Paços e é preciso a intervenção da GNR. Dentro de campo, Timofte posiciona-se no seu meio-campo com toda a naturalidade enquanto Padrão, com a bola nas mãos, estica o dedo a Martins dos Santos. Numa assentada, o árbitro portuense mostra amarelos a Mota e Monteiro, ambos por protestos. O reboliço dura dois minutos, só. No relvado, queremos dizer. Fora dele, é o fungagá da bicharada. As gentes de Paços agitam sem parar a cerca.
Perto do minuto 70, Bandeirinha abre para Timofte na esquerda e o centro do romeno para o outro lado do campo é controlado por Kostadinov com o pé esquerdo. O búlgaro, livre de marcação, ajeita a bola e atira com o pé direito para o 0:2. Sem espinhas, o FC Porto confirma a vitória. Em cima dos 90’, Martins dos Santos indica cinco minutos de descontos.
Ao cair do pano, o Paços reduz com um belo golo. É uma jogada iniciada pelo suplente João Baptista a desmarcar Ricardo pela direita. O lateral centra largo, Miguel Bruno (outro suplente) faz feio na recepção com o peito e Jaime Pacheco, no limite da área, cheio de intenção, remata em todo o seu esplendor. A bola em modo folha-seca viaja para o poste mais longínquo de Vítor Baía, sem qualquer hipótese para o guarda-redes portista.
Está feito o resultado e está feito história. Até hoje. Jaime Pacheco é o último jogador-capitão-treinador a marcar a um grande na 1.ª divisão. Por coincidência, é o seu único golo pelo Paços em duas épocas. É obra. Do mestre Jaime.