Great Scott #563: Único português a titular nos sete jogos de Euro-84 e Mundial-86?
Álvaro
Há os Jogos Olímpicos-1928, há o Mundial-66 e há a Taça Independência-72. A selecção portuguesa aparece pouco, pouquíssimo no panorama internacional. De repente, nos gloriosos 80’s, a selecção brinda-nos com dois eventos seguidos em 1984 e 1986.
As campanhas de qualificação para chegar a França e México ultrapassam o épico. Contas feitas, e sem pensar muito por aí além, Portugal ultrapassa dois obstáculos quase inultrapassáveis: URSS e RFA. Dois países com siglas assustadoras, duas selecções com equipamentos temíveis.
O apuramento de 1984 é festejado no último dia, com um penálti forjado por Chalana e convertido por Jordão no frente a frente com Dasaev, na Luz. O de 1986 é celebrado com um golo do meio da rua de Carlos Manuel no frente a frente longínquo com Schumacher, em Estugarda.
As duas fases finais fazem-se por estados diferentes de espírito e, como tal, resultados diversos. Ao todo, Portugal faz sete jogos e só ganha dois, um em cada competição. De resto, dois empates, três derrotas e 6:8 em golos. O balanço do Euro-84 é positivo com a chegada à ½ final. Já o do Mundial-86 é criticável em todos os sentidos, sobretudo pela falta de garantias e condições dadas pela federação aos jogadores entre campos inclinados para treinar e ausência de pulso entre os dirigentes para esgrimir argumentos na ameaça de greve.
Há cromos repetidos no Euro-84 e Mundial-86 como Bento, João Pinto, Álvaro, Carlos Manuel, Diamantino, Jaime Pacheco, Gomes, entre outros. Só um faz todos os sete jogos a titular. Chama-se Álvaro, lateral-esquerdo em França, lateral-direito no México. Generoso e combativo, é um homem do Norte. Antes de chegar ao Benfica em 1981, Álvaro é campeão nacional juvenil no Cracks de Lamego (de onde é natural) e estreia-se na 1.ª divisão ao serviço da Académica.
As duas primeiras épocas na Luz até nem são arrebatadoras, por culpa da superioridade capacidade de Pietra e Veloso, cada qual no seu galho. Só em 1983-84, na segunda época de Eriksson, é que Álvaro ganha asas e até é o benfiquista mais utilizado. Daí até 1990, novamente com Eriksson, é sempre titular. Seja à esquerda ou à direita. Aliás, a polivalência é o seu maior trunfo.
Quase quase como ele, só Carlos Manuel. O fulgurante 6 joga três vezes no Euro-84 e mais três no México-86, sempre a titular. A única ausência é a ½ final, vs França.