Great Scott #609: Guarda-redes com mais golos sofridos em finais europeias?
Costa Pereira
Bicampeão europeu pelo Benfica em 1961 e 1962, Costa Pereira é um guarda-redes sui generis. Questiona-se a sua ausência no Mundial-66, atrás de Carvalho (Sporting), Américo (FC Porto) e José Pereira (Belenenses), ao mesmo tempo que se enaltece o seu estilo futurista a jogar fora da baliza. Aliás, é conhecido desde 1955 como o ‘goleiro do Maracanã’ porque os brasileiros nunca haviam visto um guarda-redes jogar fora da área e de cabeça.
Campeão europeu pelo Benfica em duas ocasiões, ambas vs equipas espanholas (Barcelona 3:2, Real Madrid 5:3), e também duas vezes vice da Taça dos Campeões, ambas vs clubes italianos (Milan 2:1, Inter 1:0). Ao todo, quatro finais e oito golos sofridos. Não há ninguém como ele. Oito golos sofridos é recorde, à frente dos sete de Buffon (sempre pela Juventus) e Van der Sar (entre Ajax e Manchester United).
A sua lista de golos sofridos inclui homem de tão-só duas nacionalidades, húngaros e brasileiros. A saber
1961 vs Barcelona
HUN Kocsis
HUN Czibor
1962 vs Real Madrid
HUN Puskas
HUN Puskas
HUN Puskas
1963 vs Milan
BRA Altafini
BRA Altafini
1965 vs Inter
BRA Jair
De todos os golos sofridos, um há mais famoso que todos os outros juntos. É precisamente o último, o de Jair, do Inter, em pleno Giuseppe Meazza. Em noite de chuva miudinha, o remate do brasileiro é frontal. Perfeitamente defensável. Costa Pereira encaixa a bola e deixa-a passar por entre as pernas. É o chamado frango. Para cúmulo, é o golo solitário do jogo e garante o segundo título seguido ao Inter.
Na segunda parte, o mesmo Costa Pereira pede para sair e, à falta de substituições permitidas por lei, é o central Germano quem ocupa o lugar de guarda-redes. Com notória distinção, sem golos sofridos.