Great Scott #688: Quem é o árbitro do jogo com mais faltas em Mundiais?
George Courtney
Voltamos ao mesmo de sempre, o Mundial do México-86 é uma relíquia. O Grupo B inclui México, Iraque, Paraguai e Bélgica. Na segunda jornada, México e Paraguai encontram-se no Azteca e, não façam confusão, há 114,600 espectadores – é a maior enchente desde os 200 mil-e-tal do Brasil vs. Uruguai em 1950.
Quando o árbitro inglês George Courtney apita para o início do prélio, ninguém imagina a pobreza de espírito dos 22 intérpretes em campo com o recorde de 78 faltas (43-35 para o México) em 41 minutos e 46 segundos de tempo útil de jogo – o que dá uma média de uma falta a cada 32 segundos.
No meio desta confusão, só há cinco amarelos e dois golos. O primeiro é de Flores, aos três minutos. O empate é de Romero, de cabeça, aos 85’. Antes, Hugo Sánchez queixa-se (e bem) de um penálti não assinalado. Depois, em cima dos 90’, o mesmo avançado ganha um penálti sem saber ler nem escrever. É ele quem apanha a bola para o remate a 11 metros. Nesses segundos de tensão (o futebol de antes é menos propenso a dramas do século XXI), o seleccionador paraguaio Cayetano Ré entra em campo e fala com o seu guarda-redes.
Consequência ou não, Gato Fernández defende e a bola perde-se pela linha lateral. Quando o México faz o lançamento, Courtney apita para o fim. O relógio anota 45 minutos e 20 segundos – já na primeira parte, o inglês apitara aos 45’23’’.
O México perde uma oportunidade de ouro para selar o primeiro lugar do grupo e apurar-se rumo aos oitavos-de-final, enquanto Hugo Sánchez vê o segundo amarelo do torneio e já sabe da sua exclusão para o jogo vs. Iraque, daí a quatro dias. Quanto a Courtney, descansa até ao 3.º e 4.º lugares entre França e Bélgica. ‘Demorei quatro dias a recompor-me desse jogo das faltas e perdei uns quatro quilos.’