Great Scott #709: Único guarda-redes a sofrer um golo de livre indirecto dentro da área no Euro?

Zenga

Euro-1988 é a única grande competição de selecções sem 0:0 nem cartões vermelhos. É o hino ao futebol total, ainda por cima com vitória da Holanda (2:0 vs. URSS).

O jogo de estreia é um RFA vs. Itália, em Düsseldorf. O jogo dá em directo para 28 países, em diferido para Luxemburgo, Marrocos, Egipto e Islândia. Na qualidade de anfitrião, o capitão Lothar Mtthäus apresenta os restantes dez jogadores da casa a três políticos, em pleno relvado, enquanto os italianos posam para a fotografia, com Vialli a pedir emprestada uma bola ao árbitro inglês Hackett.

Quando rola a bola, a RFA sente-se desconfortável à defesa e inexistente ao ataque. Manda a Itália, e bem. Immel é obrigado a duas defesas difíceis, uma das quais a defender um remate à queima-roupa de Vialli, isolado por um passe de cabeça de Kohler.

Na segunda parte, o panorama mantém-se e a fragilidade defensiva alemã dá sinais evidentes de desnorte aos 53 minutos, quando Herget perde uma bola em zona proibida. Donadoni recupera-a e cruza rasteiro para o interior da área, onde Mancini remata fora do alcance de Immel.

A bola vai ao meio e a Itália está perto do 0:2 na sequência da enésima carambola defensiva da RFA. Descaído para a esquerda, completamente solto, um jovem Paolo Maldini atira à malha lateral. Vialli, ao seu lado, atira-se para o chão de uma forma cómica. No quadradinho seguinte, Hackett assinala passos de Zenga. O guarda-redes italiano demora a repor a bola em jogo e é assinalado um livre indirecto dentro da área. Littbarski entrega para Brehme e o remate só é vitorioso porque passa por entre a barreira. Zenga, pregado ao relvado, queixa-se. De facto, Mancini e Donadoni saem da formação e está feito o empate. Nunca mais se marca um golo assim no Euro, até porque a própria regra é desactivada.