Great Scott #749: Único a marcar quatro golos na final da Taça de Honra da AF Lisboa?
Eusébio
A Taça de Honra da AF Lisboa já pertence ao passado. Outros valores se impõem. Adiante, nem vale a pena esmiuçar o tema. O Benfica é o vencedor, com 16 títulos. Seguem-se-lhe Sporting (13), Belenenses (3) e Império (1).
A edição 1964 é impressionante pela facilidade do Benfica em derrubar mitos. O sorteio dá dérbi de primeira na ½ final, no Restelo. O Sporting apresenta-se como detentor da Taça das Taças, cheio de truques e fintas. O Benfica não vai na conversa e atropela o favoritismo alheio com 3:0, por José Augusto, Torres e Torres em apenas sete minutos.
Daí a quatro dias, a 10 Setembro, o Benfica volta ao Restelo para discutir o troféu com o anfitrião, vencedor sobre o Torreense. A indecisão só dura uns (poucos) minutos, porque Eusébio joga como se estivesse em Lourenço Marques e marca duas vezes em três minutos, aos 19’ e 22’. Segue-se o 0:3 de Torres aos 25’ numa oferta impensável de Vicente. O penálti transformado por Peres atenua a diferença até ao intervalo.
Na segunda parte, pobre Belenenses. O guarda-redes José Pereira, titular dos Magriços no Mundial-66, sofre mais quatro golos e evita uns quantos mais, sem esquecer a trave da sua baliza, cuja bola beija duas vezes na transformação de livres directos (Eusébio, quem havia de ser?).
Por falar nele, Eusébio marca o 5:1 (penálti) e o 6:1 (remate estrondoso). Antes, Torres assina um golo espectacular, pré-Van Basten no Euro-88. Depois, Simões fixa o resultado com o pé esquerdo. Fim de papo, 7:1 para o Benfica e a festa da taça. Dois meses depois, já para a 1.ª divisão, a diferença continua separada por seis golos à conta de um ‘set’ 0:6. É uma época em que o Benfica se sagra campeão nacional (seis pontos à maior do 2.º, FC Porto) e perde as finais da Taça de Portugal (3:1 vs. Vitória FC) e Taça dos Campeões (1:0 vs. Inter).
